"Para que a memória não esqueça os que fizeram grande este pequeno Portugal"

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mosteiro de Santa Cruz


(Túmulo do rei D. Sancho I na capela-mor)

O Mosteiro de Santa Cruz é um mosteiro da ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho localizado em Coimbra, Portugal.
Fundado em 1131, nele se encontram enterrados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. A qualidade das intervenções artísticas no Mosteiro de Santa Cruz, particularmente na época manuelina, fazem deste um dos principais monumentos históricos e artísticos de Portugal.

A Igreja de Santa Cruz de Coimbra foi fundada em 1131 por D. Telo (São Teotónio) e 11 outros religiosos, que adotaram a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. A nova Igreja recebeu muitos privilégios papais e doações dos primeiros reis de Portugal, tornando-se a mais importante casa monástica do reino. Sua escola foi uma das melhores instituições de ensino do Portugal medieval, tendo uma grande biblioteca (agora na Biblioteca Pública Municipal do Porto) e um activo scriptorium. Nos tempos de D. Afonso Henriques, primeiro monarca português, o scriptorium de Santa Cruz foi usado como máquina de consolidação do poder real. A importância da Igreja é evidenciada pelo fato de que D. Afonso Henriques e seu sucessor, D. Sancho I, foram sepultados lá.
Na Idade Média, o mais famoso estudante da Igreja de Santa Cruz foi Fernando Martins de Bulhões, o futuro Santo António de Lisboa (ou Santo António de Pádua). Em 1220, o religioso assiste à chegada à Igreja dos restos mortais de cinco frades franciscanos martirizados no Marrocos (os Mártires do Marrocos), e decide fazer-se missionário e partir de Portugal.
No início do século XVI, o rei D. Manuel I ordena uma grande reforma, reconstruindo e redecorando a igreja e o mosteiro. Nessa época são transladados os restos de Afonso Henriques e Sancho I dos seus sarcófagos originais para novos túmulos decorados em estilo manuelino.
Entre 1530 e 1577 funcionou uma imprensa no claustro. É possível que o poeta Luís de Camões tenha estudado em Santa Cruz, uma vez que um parente seu (D. Bento de Camões) era prior do mosteiro na época, e há evidências em sua poesia de uma estadia em Coimbra.
Na capela-mor encontram-se os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Os túmulos originais estavam no nartex da igreja, junto à torre central da fachada românica, mas D. Manuel I não achou condignas as antigas arcas tumulares e ordenou a realização de novos túmulos. Estes, terminados por volta de 1520, são das mais belas realizações da tumulária portuguesa. Nicolau Chanterene realizou as esculturas jacentes representando os reis, enquanto outras esculturas e elementos decorativos se devem a vários outros ajudantes (Diogo Francisco, Pêro Anes, Diogo Fernandes, João Fernandes e outros). Ambos túmulos estão decorados com muitas estátuas e elementos gótico-renascentistas, além dos símbolos do rei D. Manuel I, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo.
Recebeu o estatuto de Panteão Nacional em Agosto de 2003, pela presença tumular dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Esse estatuto é repartido com a Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

(texto de "Mosteiro de Santa Cruz" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

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