"Para que a memória não esqueça os que fizeram grande este pequeno Portugal"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Condado Portucalense

O Condado Portucalense foi criado em 1095 em território do rei Afonso VI de Leão e Castela e oferecido a Henrique de Borgonha, um cavaleiro de Borgonha que veio auxiliá-lo na Reconquista de terras aos Mouros. Recebeu também a mão de sua filha Teresa de Leão.


(Condado Portucalense)

Este condado era mais extenso que o Condado de Portucale, já que englobava também os territórios do antigo condado de Coimbra, suprimido em 1091, partes de Trás-os-Montes e ainda do Sul da Galiza (mormente da diocese de Tui). O conde D. Henrique, apoiado pelos interesses políticos clunicenses, introduz-se ambiciosamente na política do Reino, conquistando poder junto das cortes. Vendo-se na condição de subordinados ao rei, os condes ou governadores tinham amplos poderes administrativos, judiciais e militares, e o seu pensamento orientava-se, naturalmente, para a aquisição de uma completa autonomia quando, no caso português, as condições lhe eram propícias.
Com o propósito de aumentar a população e valorizar o seu território, D. Henrique deu foral e fez vila (fundou uma povoação nova) em várias terras, entre elas Guimarães, na qual fez vila de burgueses, atraindo ali, com várias regalias, muitos francos seus compatriotas.
Em Guimarães, fixou D. Henrique a sua habitação, em paços próprios, dentro do castelo que ali fora edificado no século anterior. Falecido o conde D. Henrique em 1112, passa a viúva D. Teresa, a governar o condado durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques.
D. Teresa começa a intitular-se «Rainha» em 1121, mas os conflitos com o alto clero e sobretudo a intimidade com Fernão Peres, fidalgo galego a quem entregara o governo dos distritos do Porto e Coimbra, trouxeram-lhe a revolta dos Portucalenses e do próprio filho, sistematicamente afastados, por estranhos, da gerência dos negócios públicos.
Aos catorze anos de idade (1125), o jovem Afonso Henriques arma-se a si próprio cavaleiro – segundo o costume dos reis – tornando-se assim guerreiro independente.
Em 1128, trava-se a Batalha de São Mamede (Guimarães) entre os partidários do infante Afonso e os de sua mãe. Esta é vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado e dele vai fazer o reino de Portugal.
Lutando contra os cristãos de Leão e Castela e os muçulmanos, Afonso Henriques conseguiu uma importante vitória contra os Mouros na Batalha de Ourique, em 1139, e declarou a independência. Nascia, pois, em 1139, o Reino de Portugal e sua primeira dinastia, com o rei Afonso I de Borgonha (Afonso Henriques).

Condes Portucalenses: Casa da Borgonha
  • Henrique da Borgonha (1095 - 1112)
  • Teresa de Leão (1112 - 1128)
  • Afonso Henriques (1128 - 1139, com o título de dux)
(texto de “Condado Portucalense" Wikipédia)
(imagem de fonte desconhecida)

Castelo de Santa Maria da Feira

O Castelo da Feira, também conhecido como Castelo de Santa Maria ou Castelo de Santa Maria da Feira, localiza-se na cidade da Feira.
É considerado como um dos exemplos mais completos da arquitectura militar medieval portuguesa, uma vez que nele se encontram representados vários elementos defensivos em uso na época.


(Castelo de Santa Maria da Feira)

Embora a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à pré-história, adquiriu maior relevância quando os Lusitanos aqui ergueram um templo em honra da divindade Bandeve-Lugo Tueræus. Após a Invasão romana da Península Ibérica, por aqui passava a estrada que unia Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga), conforme os testemunhos arqueológicos que remetem esta ocupação ao período do Baixo-Império.
À época da Reconquista cristã da península, este centro religioso pagão tendo sido transformado em um centro mariano, desenvolveu-se aqui uma feira regional, cuja elevada expressão daria nome ao local (Feira de Santa Maria).
A primeira referência documental à sua fortificação consta na Chronica Gothorum (anónimo, fins do século XII), que noticia a vitória de Bermudo III de Leão sobre um chefe Mouro em terras do Castelo de Santa Maria (1045). Será deste período a construção da parte inferior da Torre de Menagem com funções de alcáçova, protegida por uma cerca amuralhada, da qual restam apenas os vestígios.
Quando D. Henrique recebeu as terras do Condado Portucalense (1095), estas incluíam os domínios não só deste Castelo de Santa Maria, mas também o Castelo de Guimarães, o Castelo de Faria e o Castelo de Neiva. Com o falecimento do Conde, diante da ascendência do galego Fernão Peres de Trava sobre a viúva, D. Teresa, os senhores ao sul do rio Minho, insatisfeitos, se organizaram em torno do jovem D. Afonso Henriques, que, nesse ínterim, se armou cavaleiro (1125).
Parte expressiva desta articulação política terá tido lugar nas terras e Castelo de Santa Maria, sob o domínio do nobre Ermígio Moniz, culminando na batalha de São Mamede, razão pela qual se afirma ser este monumento o verdadeiro berço da independência de Portugal. As terras de Santa Maria compreendiam, à época, um extenso domínio que se estendia, em grandes linhas, da orla marítima até ao curso do rio Arda e, desde o curso do rio Douro até ao sul de Ovar e de Oliveira de Azeméis.
No testamento de D. Sancho I, redigido em 1188, este foi o principal dos cinco castelos ali previstos pelo soberano para eventual refúgio da rainha, quando viúva, e das infantas.
Em 1282, D. Dinis, incluiu-o entre os doze castelos assegurados como arras a sua consorte, a Rainha Santa Isabel. Mais tarde, ainda neste período, foi tomado pelas forças do infante D. Afonso, em luta contra o soberano, seu pai. Quando celebrada a paz entre ambos, por iniciativa da Rainha Santa (1322), o domínio deste castelo (entre outros) foi outorgado a D. Afonso, mediante o compromisso de menagem prestado por este último ao pai.
Posteriormente, em 1357, era seu alcaide o nobre Gonçalo Garcia de Figueiredo.
O rei D. Fernando fez a doação das Terras de Santa Maria e seu castelo a D. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos (10 de Setembro de 1372), que instituiu como alcaide do castelo a D. Martim Correia.
Ao eclodir a Crise de 1383-1385, o conde de Barcelos tomou partido por Castela, atitude seguida pelo alcaide do castelo. Em 1385, o castelo e os domínios foram conquistados pelo alcaide do Castelo de Penedono, Gonçalo Vasques Coutinho, com o auxílio de recursos e gentes do Porto, para serem entregues ao Mestre de Avis, que por sua vez os entregou a D. Álvaro Pereira (primo do Condestável D. Nuno Álvares Pereira), em 8 de Abril. Posteriormente, o novo soberano concedeu o castelo a João Rodrigues de Sá.
O rei D. Afonso V fez mercê deste castelo a Fernão Pereira, 3º senhor da Feira, com a obrigação de fazer os reparos que se lhe impunham (1448), posteriormente sucedido por seu filho, Rui Vaz Pereira, primeiro conde da Feira. É deste período a actual conformação do monumento e a sua adaptação às funções de residência senhorial, em que se hospedou o rei D. Manuel I, quando de sua peregrinação a Santiago de Compostela (1502). Na segunda metade do século XV, D. Diogo Forjaz, 4º conde da Feira, procedeu-lhe novas reformas, entre as quais se destaca a construção da torre do relógio (desaparecida com o terramoto de 1755), conforme inscrição epigráfica numa lápide colocada sobre a porta da barbacã (1562).
No século XVII construiu-se dentro dos muros o Palacete dos Condes da Feira, demolido em 1929, e do qual apenas restam algumas paredes, a escadaria e o fontanário. Do mesmo período é a edificação da Capela de Nossa Senhora da Encarnação, sobre outra, mais antiga, da mesma invocação, por iniciativa de D. Joana Forjaz Pereira de Meneses e Silva, condessa da Feira, inaugurada em 1656.
Extinta a representação dos condes da Feira (1700), o conjunto passou para o património da Casa do Infantado (1708). Em 15 de Janeiro de 1722 um violento incêndio devastou imóvel, votando-o a um longo período de abandono e ruína.
No século XIX, iniciou-se uma tímida recuperação do monumento: encerradas as Guerras Liberais em Portugal, o imóvel e terras anexas foram adquiridos em hasta pública pelo general Silva Pereira (1835); visitadas por membros da família real (1852); e o poço do castelo desentulhado por iniciativa da Câmara Municipal (1887).
No início do século XX, renovou-se o interesse público pelo monumento. Uma campanha de subscrição pública angariou fundos para obras de restauração do imóvel, cujas ruínas passaram a ser vigiadas por um guarda. Nesse período, Gonçalves Coelho e Vaz Ferreira descobriram três inscrições.
As primeiras obras de recuperação foram executadas pela Direcção de Obras Públicas (1907), visitadas pelo rei D. Manuel II no ano seguinte. Em 1909 foi criada uma Comissão de Protecção e de Conservação do Castelo, tendo se procedido obras de beneficiação e restauro às custas de Fortunato Fonseca. O castelo foi considerado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910.
A partir de 1927, as visitas ao monumento passaram a ser pagas. A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) executou obras de consolidação e restauro nos períodos de 1935-1936, de 1939-1944 e mais recentemente, em 1986. Um novo acesso foi aberto desde 1950, e inaugurada a iluminação exterior do monumento em 1963, trabalhos que o valorizaram.
Entretanto, a Vila da Feira passou a cidade, sob a designação de Santa Maria da Feira pelo Decreto-lei n° 39 de 14 de Agosto de 1985.

Características
O conjunto apresenta planta oval irregular, orientada no sentido Norte-Sul, em estilo gótico, tendo incorporado elementos de outros estilos ao longo dos séculos.
Com muralhas em alvenaria e cantaria de pedra, do período inicial, a Torre de Menagem domina a alcáçova; do final do século XV, datam as adaptações às demandas da pirobalística. Em seu interior, na ampla praça de armas, encontram-se ainda os vestígios do antigo palácio seiscentista. A porta da barbacã, coroada pelo brasão dos Pereiras é protegida por duas torres quadrangulares adossadas: a sudoeste, a Torre da Casamata, atrás da qual se encontra um recinto quadrangular e abobadado onde se alojavam os soldados e que servia como bateria com troneiras nos muros exteriores; no lado oposto a Torre do Poço, protegendo a nascente.
Pela porta da barbacã acessam-se, sucessivamente, a porta da Vila e a praça de armas, na qual se situa a Torre de Menagem. Esta torre-alcáçova, ergue-se em três pavimentos: no inferior, a cisterna; no segundo o salão nobre, destacando-se três lareiras, um fogão e quatro janelas, três delas com conversadeiras; no terceiro a área residencial íntima.
A seguir à Torre de Menagem, rematada com coruchéus cónicos, o visitante encontra a tenalha, precedida pelo chamado pátio da traição (onde se abre a respectiva porta). Em lado oposto à tenalha, adossada à muralha da cerca erguem-se a capela, de planta hexagonal, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, e a Casa da Capelania, em estilo barroco.

(texto de "Castelo de Santa Maria da Feira" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Coimbra

Cidade de ruas estreitas, pátios, escadinhas e arcos medievais, Coimbra foi berço de nascimento de seis reis de Portugal e da Primeira Dinastia, assim como da primeira Universidade do País e uma das mais antigas da Europa.


(Igreja de Santa Cruz, que também é Panteão Nacional)

Os Romanos chamaram à cidade, que se erguia pela colina sobre o Rio Mondego, Aeminium. Mais tarde, com o aumento da sua importância passou a ser sede de Diocese, substituindo a cidade romana de Conímbriga, donde derivou o seu novo nome. Em 711 os mouros chegaram à Península Ibérica e a cidade passa a chamar-se Kulūmriyya, tornando-se num importante entreposto comercial entre o norte cristão e o sul árabe, com uma forte comunidade moçárabe. Em 871 torna-se Condado de Coimbra mas apenas em 1064 a cidade é definitivamente reconquistada por Fernando Magno de Leão.
Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela a sua residência, e viria a ser na segurança das suas muralhas que iria nascer o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que faz dela a capital do condado, substituindo Guimarães (é aliás esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis: económico, político e social). Qualidade que Coimbra conservará até 1255, quando a capital passa a ser Lisboa.
Desde meados do século XVI que a história da cidade passa a girar em torno à história da Universidade de Coimbra, sendo apenas já no século XIX que a cidade se começa a expandir para além do seu casco muralhado, que chega mesmo a desaparecer com a reformas levadas a cabo pelo Marquês de Pombal.
A primeira metade do século XIX traz tempos difíceis para Coimbra, com a ocupação da cidade pelas tropas de Junot e Massena, durante a invasão francesa e, posteriormente, a extinção das ordens religiosas. No entanto, na segunda metade de oitocentos, a cidade viria a recuperar o esplendor perdido – em 1856 surge o primeiro telégrafo eléctrico na cidade e a iluminação a gás, em 1864 é inaugurado o caminho-de-ferro e 11 anos depois nasce a ponte férrea sobre as águas do rio Mondego.
Com a Universidade como referência inultrapassável, desta surgem movimentos estudantis, de cariz quer político, quer cultural, quer social.

(texto de “Coimbra" Wikipédia)
(imagem Wikitravel)

Viseu


(Monumento a Viriato)

As origens de Viseu remontam à época castreja e, com a Romanização, ganhou grande importância, quiçá devido ao entroncamento de estradas romanas de cuja prova restam apenas os miliários (passíveis de validação pelas inscrições) que se encontram: dois em Reigoso (Oliveira de Frades), outros dois em Benfeitas (Oliveira de Frades), um em Vouzela, dois em Moselos (Campo), um na cidade (na Rua do Arco), outro em Alcafache (Mangualde) e mais dois em Abrunhosa (Mangualde); outros mais existem, mas devido à ausência de inscrições, a origem é duvidosa. Estes miliários alinham-se num eixo que parece corresponder à estrada de Mérida (Espanha), que se intersectaria com a ligação Olissipo-Cale-Bracara, outros dois pólos bastante influentes. Talvez por esse motivo se possa justificar a edificação da estrutura defensiva octogonal, de dois quilómetros de perímetro — a Cava de Viriato.
Viseu está associada à figura de Viriato, já que se pensa que este herói lusitano tenha talvez nascido nesta região. Depois da ocupação romana na península, seguiu-se a elevação da cidade a sede de diocese, já em domínio visigótico, no século VI.
No século VIII, foi ocupada pelos muçulmanos, como a maioria das povoações ibéricas e, durante a Reconquista da península, foi alvo de ataques e contra-ataques alternados entre cristãos e muçulmanos. De destacar a morte de D. Afonso V de Galiza e Leão rei de Leão e Galiza no cerco a Viseu em 1027 morto por uma flecha oriunda da muralha árabe (cujos vestígios seguem a R. João Mendes, Largo de Santa Cristina e sobem pela R. Formosa).
A reconquista definitiva caberia a Fernando Magno, rei de Leão e Castela depois de assassinar em 1O37 o legítimo Rei Bermudo III (filho de Afonso V) vencedor da batalha de Cesar em 1035 (segundo a crónica dos Godos).
Mesmo antes da formação do Condado Portucalense, Viseu foi várias vezes residência dos condes D. Teresa e D. Henrique que, em 1123 lhe concedem um foral. O segundo foral foi-lhe concedido pelo filho dos condes, D. Afonso Henriques, em 1187, e confirmado por D. Afonso II, em 1217.
Já no século XIV, durante a crise de 1383-1385, Viseu foi atacada, saqueada, e incendiada pelas tropas de Castela e D. João I mandou erigir um cerco muralhado defensivo - do qual resta pouco mais que a Porta dos Cavaleiros e a Porta do Soar, para além de escassos troços de muralha - que seriam concluído apenas no reinado de D. Afonso V — motivo pelo qual a estrutura é conhecida pelo nome de muralha afonsina — já com a cidade a crescer para além do perímetro da estrutura defensiva.

No século XV, Viseu é doada ao Infante D. Henrique, na sequência da concessão do título de Duque de Viseu, cuja estátua, construída em 1960, se encontra na rotunda que dá acesso à rua do mesmo nome. No século XVI, em 1513, D. Manuel I renova o foral de Viseu, e assiste-se a uma expansão para actual zona central, o Rossio que, em pouco tempo, se tornaria o ponto de encontro da sociedade, e cuja primeira referência data de 1534.

(texto de “Viseu" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Braga

Braga é das mais antigas cidades portuguesas e uma das cidades cristãs mais antigas do mundo.


(Mapa medieval de Braga)

Os vestígios da presença humana na região vêm de há milhares de anos, como comprovam vários achados. Um dos mais antigos é a Mamoa de Lamas, um monumento megalítico edificado no período Neolítico. No entanto, apenas se consegue provar a existência de aglomerados populacionais em Braga na Idade do Bronze. Caracterizam-se por fossas e cerâmicas encontradas no Alto da Cividade, local onde existiria uma povoação e por uma necrópole que terá existido na zona dos Granjinhos.
Na Idade do Ferro, desenvolveram-se os chamados “castros". Estes eram próprios de povoações que ocupavam locais altos do relevo. Os Celtas eram os seus habitantes e, nesta região em particular, habitavam os Brácaros, que dariam nome à cidade, após a sua fundação e os romanos terem forçado as populações descerem ao vale.
No decurso do século II a.C., a região foi tomada pelos Romanos que edificaram a cidade no ano 16 a.C., com a designação de Bracara Augusta, em homenagem ao Imperador César Augusto. Bracara Augusta, capital da região da Gallaecia, integrava os três conventos do Noroeste peninsular e parte do convento Clunia, com uma população de aproximadamente 285 mil tributários livre nas 24 civitates no ano 25. Desta época data também a criação do bispado de Bracara Augusta, segundo a lenda, São Pedro de Rates foi o primeiro bispo de Braga entre os anos 45 e 60, ordenado pelo apóstolo Santiago que teria vindo da Terra Santa, martirizado quando convertia povos aderentes à religião romana no noroeste da Península Ibérica. Mas, só no ano 385 é que o Papa S. Sirício faz referência à metropolitana de Bracara Augusta.
Após a conquista do império romano, Bracara Augusta tornou-se na capital política e intelectual do reino dos Suevos, que englobava a extinta região da Gallaecia e se prolongava até ao Rio Tejo. Por ordem do rei Ariamiro foi realizado o concílio de Braga, entre 1 de Maio de 561 a 563, tendo sido presidido por São Martinho de Dume, bispo titular de Bracara. Deste concílio resultaram grandes reformas, principalmente no mundo eclesiástico e linguístico, destacando-se a criação do ritual bracarense e a abolição de elementos linguísticos pagãos, como os dias da semana Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, por Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies, donde derivam os modernos dias em língua portuguesa. Posteriormente, com o declínio do povo Suevo, foi dominada pelos Godos, durante mais de três séculos.
No ano de 716, os Mouros alcançam a cidade e provocam grande destruição na mesma, dada a sua importância religiosa. Na época, foi também palco de várias guerras, destruições e saques. Mais tarde, foi reconquistada por Afonso III, Rei das Astúrias.
No século XI a cidade é reorganizada, provavelmente com a nova designação de "Braga". É iniciada a construção da muralha citadina e da Sé, por ordem do bispo D. Pedro de Braga, sobre restos de um antigo templo romano dedicado à deusa Ísis, que teria mais tarde sido convertido numa igreja Cristã. A cidade desenvolve-se em torno da Sé, ficando restringida ao perímetro amuralhado.
Braga foi nessa altura oferecida como dote, por Afonso VI de Castela, à sua filha D. Teresa, no seu casamento com D. Henrique de Borgonha, Conde de Portugal. Estes últimos foram senhores da cidade entre 1096 a 1112. Em 1112 doam a cidade aos Arcebispos. Com a elevação do bispado bracarense a arcebispado, a cidade readquire uma enorme importância a nível Ibérico. O arcebispo Diego Gelmírez de Santiago de Compostela, com medo da ascensão da Sé de Braga, rouba as relíquias dos santos bracarenses na tentativa de diminuir a importância religiosa da cidade, as relíquias só retornaram a Braga na década de noventa do século XX.
Sob o reinado de D. Dinis, a muralha citadina é requalificada, é ainda construída a torre de menagem. Mais tarde, foram adicionadas nove torres, de planta quadrangular, à muralha existente, concluindo-se também o Castelo de Braga em torno da torre de menagem existente.
Muito mais tarde, irrompem conflitos devidos às invasões francesas e lutas liberais. A cidade é palco de batalha e vítima de vários saques realizados pelas tropas napoleónicas. Em 1834, com o fim das lutas liberais, são expulsas várias ordens religiosas da cidade, deixando o seu espólio para a cidade. Em consequência da Revolta da Maria da Fonte na Póvoa de Lanhoso, área sob jurisdição do quartel militar de Braga, a cidade é palco de importantes confrontos entre o povo e as autoridades.
Já no século XX, o general Gomes da Costa inicia nesta cidade a Revolução de 28 de Maio de 1926.

(texto de “Braga", "História de Braga", "Bracara Augusta" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

No dia 7 de Agosto de ...

1794


(Representação de um "auto-de-fé" na Inquisição Espanhola
- Museu do Prado, Madrid)

Ocorre, em Lisboa, o último auto-de-fé.

A expressão auto-da-fé ou auto-de-fé refere-se rituais de penitência pública ou humilhação de heréticos e apóstatas postos em prática pela Inquisição (principalmente em Portugal e Espanha).
As punições para os condenados pela Inquisição iam da obrigação de envergar um "sambenito" (espécie de capa ou tabardo penitencial), passando por ordens de prisão e, finalmente, em jeito de eufemismo, o condenado era relaxado à justiça secular, isto é, entregue aos carrascos da Coroa (poder secular, em oposição ao poder sagrado do clero). O estado secular procedia às execuções como punição a uma ofensa herética repetida, em consequência da condenação pelo tribunal religioso. Se os prisioneiros desta categoria permanecessem a defender a heresia e repudiar a Igreja Católica, eram queimados vivos; contudo, se mostrassem arrependimento e se decidissem reconciliar com o catolicismo, os carrascos procederiam ao "piedoso" acto de os estrangular antes de acenderem a pira de lenha.
Os autos-de-fé decorriam em praças públicas e outros locais muito frequentados, tendo como assistência regular representantes da autoridade eclesiástica e civil.

(texto de “Auto-de-fé" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Castelo de Guimarães


(Castelo de Guimarães)

O Castelo de Guimarães localiza-se na freguesia de Oliveira do Castelo, na cidade de Guimarães.
Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede, este monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade.
No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, os domínios de Vimaranes foram outorgados, em fins do século IX, a um cavaleiro de suposta origem castelhana, de nome Diogo Fernandes, que nelas veio a se estabelecer.
Uma de suas filhas, de nome Mumadona Dias, desposou o poderoso conde Hermenegildo Gonçalves, vindo a governar, desde meados do século X até ao terceiro quartel do século XI, os domínios de Portucale. Mumadona enviuvou por volta de 928, entrando na posse de vastos domínios, divididos em Julho de 950 com os seus seis filhos. Nesse momento, por inspiração piedosa, fundou, na parte baixa da povoação de Vimaranes um mosteiro, ao qual veio a fazer, mais tarde, uma vultosa doação de terras, gado, rendas, objetos de culto e livros religiosos (26 de Janeiro de 959).
A povoação de Vimaranes distribuía-se, à época, em dois núcleos: um no topo do então chamado Monte Largo, e outro, no sopé dessa elevação, onde o mosteiro foi fundado. Era vulnerável à época, além das possíveis incursões de forças Muçulmanas, oriundas da fronteira ao Sul de Coimbra, às incursões de Normandos, oriundos do mar do Norte em embarcações rápidas e ágeis, que assolavam as costas e o curso navegável dos rios à época. Visando a defesa do núcleo monacal, a benfeitora principiou, no topo do Monte Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de necessidade. É bem conhecido historiograficamente o trecho da carta de doação desse castelo aos religiosos, lavrada em Dezembro de 958, do qual consta essa decisão. Acredita-se que a estrutura então erguida, sob a invocação de São Mamede, fosse bastante simples, composta por uma torre possivelmente envolta por uma cerca.
Pouco mais de um século passado, a povoação de Vimaranes encontrava-se entre os domínios doados pelo rei Afonso VI de Leão e Castela a D. Henrique de Borgonha, que formaram o Condado Portucalense. O conde D. Henrique e sua esposa, D. Teresa de Leão escolheram esta povoação e o seu castelo como residência. Desse modo, a primitiva construção da época de Mumadona terá sido demolida e, em seu lugar, erguida a imponente estrutura da Torre de Menagem. O perímetro defensivo foi ampliando e reforçando, nele se rasgando a porta principal, a Oeste sobre a vila, e a chamada Porta da Traição, a Leste.
Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques, em 1127, ao assédio das forças do rei Afonso VII de Leão e Castela, evento que levou Egas Moniz a garantir aquele soberano a vassalagem de seu amo, libertando a vila do cerco.
No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa (24 de Junho de 1128) que, com a vitória das armas do primeiro, deu origem à nacionalidade portuguesa.

Entre o final do século XII e o início do XIII, D. Sancho I circuitou a parte alta da vila a cavalo, a fim de lhe assinalar um termo, sendo provável que se tivesse iniciado o amuralhamento da vila a partir de então. Em meados do século XIII, sob o reinado de D. Afonso III, iniciou-se o traçado definitivo da cerca da vila, unificando a vila do Castelo (parte alta) à vila de Santa Maria (parte baixa). Estas obras estariam concluídas ao tempo de D. Dinis, em data anterior a 1322, quando a vila, cujo alcaide era Mem Rodrigues de Vasconcelos, suportou vitoriosa o assédio das tropas do infante D. Afonso. Em seu interior, entretanto, manteve-se o antigo muro da parte alta, demolido por volta de 1420.
Sob o reinado de D. Fernando, foram procedidas obras de reforço na cerca da vila, assediada neste período pelas tropas de Henrique II de Castela, que invadindo Portugal pelo Minho, já haviam conquistado Braga. Era seu alcaide, à época, Gonçalo Pais de Meira (1369).
Quando da crise de 1383-1385, tendo o seu alcaide, Aires Gomes da Silva, mantido o partido de Castela, a vila foi novamente cercada (Junho de 1385), agora pelas forças leais a D. João I, que a conquistaram. Este soberano unificou a jurisdição das duas comunidades (alta e baixa), incorporando-as a um único concelho, doravante denominado como Guimarães (1389). A cerca de Guimarães compreendia, neste período, um perímetro de cerca de dois quilómetros, sendo reforçada por oito torres e rasgada por oito portas.
A partir do século XV, diante dos progressos na artilharia, o Castelo de Guimarães perdeu a sua função defensiva. No século seguinte as suas dependências passaram a abrigar a Cadeia Municipal, e, no século XVII, um palheiro do rei, acentuando-se a sua ruína.
No século XVIII, mediante solicitação da Colegiada, a cantaria da Torre de Nossa Senhora da Guia foi utilizada para as obras da Igreja de São Miguel da Oliveira.
Em 1836, um dos membros da Sociedade Patriótica Vimaranense defendeu a demolição do castelo e a utilização da sua pedra para ladrilhar as ruas de Guimarães, já que ele tinha servido como prisão política ao tempo de D. Miguel. Embora tal proposta não tenha sido aceite (por um único voto na Câmara Municipal), em meados do século procedeu-se à demolição da Torre de São Bento. A vila foi elevada a cidade em 1853, por D. Maria II. Posteriormente, sob o reinado de D. Luís o castelo foi classificado, por Decreto publicado em 19 de Março de 1881, Monumento Histórico de 1a. Classe, o único na região do Minho.
Classificado como Monumento Nacional por Decretos publicados em 27 de Agosto de 1908 e em 1910, a partir de 1937 a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais iniciou-lhe extensa campanha de intervenção, que culminou com a sua reinauguração, em 4 de Junho de 1940 por ocasião das comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.
Posteriormente o mesmo órgão executou obras menores no conjunto em 1966, 1981 e 1986. Actualmente bem conservado, encontra-se aberto à visitação pública e em 2007 foi eleito informalmente como uma das Sete Maravilhas de Portugal.

Características

O castelo apresenta planta no formato aproximado de um escudo facetado. As suas muralhas, reforçadas por quatro torres, são rasgadas por portas. Um adarve, acedido por escadas nas torres, percorre a parte superior das muralhas, coroadas por ameias pentagonais, de recorte pontiagudo. Na face oeste, uma ponte de madeira estabelece a ligação entre o adarve das muralhas e a porta da torre de menagem. No troço norte das muralhas são visíveis as ruínas da antiga alcáçova, provavelmente do século XIV, que se divide em dois pavimentos, destacando-se as suas janelas exteriores e duas chaminés. O portão principal, a oeste, é defendido por dois torrões, estando outros dois a defender a porta da traição, a leste. A Torre de Menagem, ao centro da praça de armas, apresenta planta quadrangular, com poucas aberturas assinalando os pavimentos, ligados internamente por escada de madeira e de pedra. Um adarve largo e contínuo permite a circulação e a observação no topo da torre, coroada por ameias pentagonais pontiagudas.

Curiosidades

De acordo com a tradição, aqui nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. A pia onde se afirma ter sido baptizado encontra-se na capela românica da Igreja de São Miguel da Oliveira, no sector Oeste do castelo.

(texto de "Castelo de Guimarães" Wikipédia, "Castelo de Guimarães" Ippar.pt)
(imagem Wikipédia)

Sé Velha de Coimbra


(Fachada principal da Sé Velha de Coimbra)

A Sé Velha de Coimbra é o um dos edifícios em estilo românico mais importantes de Portugal. A construção da Sé começou em algum momento depois da Batalha de Ourique (1139), quando Afonso Henriques se declarou rei de Portugal e escolheu Coimbra como capital do reino. Na Sé está sepultado D. Sesnando, Conde de Coimbra.
Em 1139, após a decisiva Batalha de Ourique, Afonso Henriques decide financiar a construção de uma nova catedral, provavelmente devido à anterior estar muito deteriorada. As obras devem ter começado em tempos do bispo Bernardo (m. 1146), mas o impulso definitivo foi dado em 1162 com o bispo D. Miguel Salomão, que ajudou a financiar a construção da catedral. Em 1182 as obras estavam adiantadas o suficiente para que o bispo Bernudos, sucessor de Miguel Salomão, fosse enterrado na nova Sé e, em 1185, foi coroado ali o segundo rei de Portugal, D. Sancho I. Os trabalhos principais terão terminado no início do século XIII, com as obras do claustro começando por volta de 1218, durante o reinado de D. Afonso II.
Atribui-se o projeto da Sé românica a mestre Roberto, de possível origem francesa, que dirigia a construção da Sé de Lisboa na mesma época e visitava Coimbra periodicamente. A direção das obras ficou a cargo de mestre Bernardo, também possivelmente francês, substituído por mestre Soeiro, um arquiteto que trabalhou depois em outras igrejas na diocese do Porto.
Obras importantes ocorreram no século XVI, quando se decoraram as naves com azulejos, se construiu a Porta Especiosa no lado Norte e se modificou o absidíolo Sul, mas o essencial do edifício românico foi mantido. Em 1772, vários anos após a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, a sede episcopal foi transferida para a antiga Igreja Jesuíta (a Sé Nova de Coimbra)

(texto de "Sé Velha de Coimbra" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Ordem de Cluny

Nada se sabe da data de abertura do primeiro mosteiro em Portugal.
A sua primeira influência aparece no século XI, no mosteiro da Pendorada, e eram apoiados pelo conde D. Henrique, sobrinho de S. Hugo, abade de Cluny. No século XI, S. Geraldo de Braga, Maurício Burdino de Coimbra e Bernardo de Coimbra, encaram as tendências separatistas portuguesas, defendendo as suas sés das pretensões de Toledo e de Compostela, que se serviam da Ordem para obterem influência junto da Santa Sé.
A influência cluniacense manifestou-se na arte românica de muitas igrejas do Norte, especialmente na Sé de Braga; nota-se na decoração, já que a humildade das igrejas monásticas impedia a adopção de estruturas grandiosas. A influência de Cluny acaba cedo entre nós, por causa da decadência da Casa-Mãe: Santa Justa e a sua história está semeada de questões com a autoridade eclesiástica e por causa da cobrança dos dízimos que se podem seguir através das visitas e capítulos gerais de Cluny.
A história de Cluny acaba, em Portugal, em 1515, com a redução de São Pedro de Rates a igreja paroquial.


(texto de "Ordem de Cluny" Wikipédia)

Batalha de Arouca

A Batalha de Arouca travou-se nos campos de Santa Eulália em 1102. D. Henrique juntou ao seu exército as gentes de Egas Moniz e venceram os Muçulmanos de Lamego nesta batalha liderados por Echa Martim. Este foi capturado e acabou por se converter ao catolicismo, e D. Henrique nomeou-o senhor de Lamego.

(texto de "Batalha de Arouca" Wikipédia)

Ordem dos Hospitalários

Hoje conhecida como Ordem Soberana e Militar de Malta, é uma organização internacional católica que começou como uma Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra Santa, durante as Cruzadas, mas que rapidamente se tornaria numa Ordem militar cristã, numa congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos àquela terra.
Vários autores remontam a sua existência em terra portuguesa ao período final do governo de D. Teresa. Segundo o Dr. Rui de Azevedo, entre 1122 e 1128 a rainha D. Teresa teria concedido aos freires desta Ordem o mosteiro de Leça do Balio, sua primeira casa capitular. A carta de couto e privilégios outorgados à Ordem do Hospital em 1140 por Dom Afonso Henriques atesta a importância que já então teria. Em 1194 D. Sancho I doou aos cavaleiros de S. João do Hospital a terra de Guidintesta, junto ao Tejo, para aí construirem um castelo, o qual o monarca, no acto de doação denominou de Castelo de Belver.
D. Sancho II em 1232 doou-lhe os largos domínios da terra que, por essa altura, recebeu o nome de Crato, onde os freires fundaram uma casa que se tornou célebre. O superior português da Ordem dos Hospitalários era designado pelo nome de prior do Hospital, e a partir de D. Afonso IV por prior do Crato.
Não consta que por esse tempo tivessem os Cavaleiros do Hospital mosteiro de freiras, embora tivessem fratisas que usavam hábito e viviam em suas casas. O primeiro mosteiro de freiras hospitalário foi fundado em Évora, em 1519, por Isabel Fernandes, e mais tarde transferido para Estremoz pelo infante D. Luís, quando este filho de D. Manuel I foi prior do Crato.
Por alvará de 1778, foram-lhes confirmadas todas as aquisições de bens de raiz feitas no Reino e permitiu-se que os cavaleiros sucedessem a seus parentes por testamento, no usufruto de quaisquer bens que não fossem da coroa ou vinculados em morgado, revertendo por morte destes para as casas de onde tinham sido saído. A ordem foi extinta pelo diploma de 1834 que extinguiu todos os conventos de religiosos.

(texto de "Ordem Soberana e Militar de Malta" Wikipédia)

Mosteiro de Santa Cruz


(Túmulo do rei D. Sancho I na capela-mor)

O Mosteiro de Santa Cruz é um mosteiro da ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho localizado em Coimbra, Portugal.
Fundado em 1131, nele se encontram enterrados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. A qualidade das intervenções artísticas no Mosteiro de Santa Cruz, particularmente na época manuelina, fazem deste um dos principais monumentos históricos e artísticos de Portugal.

A Igreja de Santa Cruz de Coimbra foi fundada em 1131 por D. Telo (São Teotónio) e 11 outros religiosos, que adotaram a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. A nova Igreja recebeu muitos privilégios papais e doações dos primeiros reis de Portugal, tornando-se a mais importante casa monástica do reino. Sua escola foi uma das melhores instituições de ensino do Portugal medieval, tendo uma grande biblioteca (agora na Biblioteca Pública Municipal do Porto) e um activo scriptorium. Nos tempos de D. Afonso Henriques, primeiro monarca português, o scriptorium de Santa Cruz foi usado como máquina de consolidação do poder real. A importância da Igreja é evidenciada pelo fato de que D. Afonso Henriques e seu sucessor, D. Sancho I, foram sepultados lá.
Na Idade Média, o mais famoso estudante da Igreja de Santa Cruz foi Fernando Martins de Bulhões, o futuro Santo António de Lisboa (ou Santo António de Pádua). Em 1220, o religioso assiste à chegada à Igreja dos restos mortais de cinco frades franciscanos martirizados no Marrocos (os Mártires do Marrocos), e decide fazer-se missionário e partir de Portugal.
No início do século XVI, o rei D. Manuel I ordena uma grande reforma, reconstruindo e redecorando a igreja e o mosteiro. Nessa época são transladados os restos de Afonso Henriques e Sancho I dos seus sarcófagos originais para novos túmulos decorados em estilo manuelino.
Entre 1530 e 1577 funcionou uma imprensa no claustro. É possível que o poeta Luís de Camões tenha estudado em Santa Cruz, uma vez que um parente seu (D. Bento de Camões) era prior do mosteiro na época, e há evidências em sua poesia de uma estadia em Coimbra.
Na capela-mor encontram-se os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Os túmulos originais estavam no nartex da igreja, junto à torre central da fachada românica, mas D. Manuel I não achou condignas as antigas arcas tumulares e ordenou a realização de novos túmulos. Estes, terminados por volta de 1520, são das mais belas realizações da tumulária portuguesa. Nicolau Chanterene realizou as esculturas jacentes representando os reis, enquanto outras esculturas e elementos decorativos se devem a vários outros ajudantes (Diogo Francisco, Pêro Anes, Diogo Fernandes, João Fernandes e outros). Ambos túmulos estão decorados com muitas estátuas e elementos gótico-renascentistas, além dos símbolos do rei D. Manuel I, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo.
Recebeu o estatuto de Panteão Nacional em Agosto de 2003, pela presença tumular dos dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Esse estatuto é repartido com a Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

(texto de "Mosteiro de Santa Cruz" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Soeiro Mendes da Maia

Cavaleiro (? - 1108).
Soeiro Mendes da Maia foi o protector de D. Teresa e o mais categorizado auxiliar do Conde D. Henrique, ficando encarregado do substituir, na qualidade máxima do Condado Portucalense, durante as suas longas ausências.

(texto de "Soeiro Mendes da Maia" Wikipédia)

Gonçalo Mendes da Maia

Cavaleiro (c. 1060 - Batalha de Ourique 1155)
Também conhecido como o "Lidador". Nasceu na Vila do Trastamires (actual Maia), junto à cidade do Porto.
Pertencia à família dos Mendes, tendo como irmãos Soeiro Mendes e D. Paio Mendes. Na mocidade, por sua fidalguia e afinidade espiritual, tornou-se um dos maiores amigos do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. A vontade férrea de D. Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha - em que o risco à vida era o eterno desafiante - granjearam-lhe o cognome de "O Lidador".
Segundo a lenda popular, no dia em que comemorava 95 anos, Gonçalo Mendes estava na frente de uma batalha contra os muçulmanos, que estava a correr mal para o lado português. De repente, ganhou renovado vigor, e, juntando um grupo de combatentes, atacou o inimigo. Este, ao ver um soldado envelhecido atacar com a força de um jovem, julgaram-se perante um acto mágico, o que lhes diminuiu o moral.
Assim, um dos maiores líderes muçulmanos decidiu enfrentar Gonçalo Mendes, na esperança de reconquistar o moral das duas tropas. Apesar de gravemente ferido, Gonçalo Mendes conseguiu derrotar o seu adversário, com efeitos demolidores, pois o exército muçulmano, sem líder, desorganizou-se, pelo que as tropas portuguesas conseguiram ganhar a batalha.
Findo esta, Gonçalo Mendes terá sucumbido aos ferimentos.

(texto de "Gonçalo Mendes da Maia" Wikipédia)

Tratado de Tui

O Tratado de Tui foi celebrado em 1137 entre Afonso VII de Castela e Leão e seu primo, o infante D. Afonso Henriques, como termo das hostilidades, e do qual resta uma notícia em Tui. Segundo parece, D. Afonso Henriques, sabendo que o imperador se encontrava em má posição no conflito com o rei de Navarra, aproveitou a oportunidade favorável para, de acordo com este, entrar com o seu exército na Galiza, tomando Tui, apossando-se de alguns castelos por traição de quem os defendia e causando vários estragos na região. Afonso VII recuperou Tui.
Alguns autores consideram que Afonso Henriques, no prosseguimento da política de independência de seus pais, evitou qualquer acto que o levasse à sujeição do primo. Dom Afonso Henriques nunca reconheceu o primo como imperador, e este também não invocou tal facto nas relações com Portugal, mas que o rei de Leão e Castela não renunciava à sua supremacia mostra-o o protesto que dirigiu a Eugénio III por ocasião do Concílio de Reims (1148) sem falar da intransigência com que lutou até ao fim da vida pela primazia eclesiástica de Toledo.

(texto de "Tratado de Tui" Wikipédia)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Paio Mendes

Arcebispo (século XII).
D. Paio (Pelágio) Mendes, é considerado por alguns historiadores como o verdadeiro aio de D. Afonso Henriques, em vez de Egas Moniz, foi um ardente defensor da causa do infante contra D. Teresa. Conselheiro do Infante, viajou com ele até Zamora.
Foi o arcebispo de Braga entre 1118 e 1137. Em 1128, ordenou a construção de um edifício de 5 capelas na cabeceira da Sé de Braga, que havia sido danificada no terramoto de 1135.

(texto de “Paio Mendes, arcebispo de Braga" Wikipédia)

João Peculiar


(D. João Peculiar)

Arcebispo (?, Coimbra - 3 de Dezembro de 1175).
Sabe-se que estudou em Coimbra e em Paris. Em 1123 fundou o Convento de São Cristóvão de Lafões, na Beira, próximo de São Pedro do Sul.
Foi eleito bispo do Porto em 1136. Arcebispo de Braga e primaz das Espanhas entre 1138 e 1175. De acordo com uma tradição apócrifa, foi D. João Peculiar quem teria coroado D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal nas Cortes de Lamego em 1143; as Cortes, porém, são meramente lendárias, e não há registos escritos que provem que algum rei português tenha alguma vez sido coroado. Foi o organizador do encontro do rei português, com Afonso VII de Leão e Castela, em 4 e 5 de Outubro de 1143, do qual resultou o Tratado de Zamora, que marca a independência de Portugal. Acompanhou sempre o novo rei e assistiu à conquista de Lisboa em 1147. D. João Peculiar fez 14 vezes a viagem de Braga a Roma, para convencer o Papa Inocêncio II a reconhecer a D. Afonso Henriques o título de rei - o que só viria a acontecer em Maio de 1179 pelo Papa Alexandre III. O arcebispo foi sepultado na Sé de Braga.

(texto de “João Peculiar" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Batalha de Pedroso

A Batalha de Pedroso ocorreu em 1071 perto da freguesia de Pedroso. Nuno Mendes, então conde de Portucale, não conseguiu conter Garcia da Galiza, perdendo a vida e a batalha.

(texto de “Batalha de Pedroso" Wikipédia)

Batalha de Ourique


(Batalha de Ourique)

A Batalha de Ourique desenrolou-se muito provavelmente nos campos de Ourique, no actual Baixo Alentejo (sul de Portugal) em 1139 - significativamente, de acordo com a tradição, no dia de Santiago, que a lenda popular tinha tornado patrono da luta contra os mouros; um dos nomes populares do santo, era precisamente Matamouros.
Foi travada numa das incursões que os cristãos faziam em terra de mouros para apreenderem gado, escravos e outros despojos. Nela se defrontaram as tropas cristãs, comandadas por D. Afonso Henriques, e as muçulmanas, em número bastante maior.
Inesperadamente, um exército mouro saiu-lhes ao encontro e, apesar da inferioridade numérica, os cristãos venceram. A vitória cristã foi tamanha que D. Afonso Henriques resolveu autoproclamar-se Rei de Portugal (ou foi aclamado pelas suas tropas ainda no campo de batalha), tendo a sua chancelaria começado a usar a intitulação Rex Portugallensis (Rei dos Portucalenses ou Rei dos Portugueses) a partir 1140 - tornando rei de facto, embora a confirmação do título de jure pela Santa Sé date apenas de Maio de 1179.
Este evento histórico marcou de tal forma o imaginário português, que se encontra retratado no brasão de armas da nação: cinco escudetes (cada qual com cinco besantes), representando os cinco reis mouros vencidos na batalha.

A lenda
A ideia de milagre ligado a esta batalha surge pela primeira vez no século XIV, muito depois da batalha. Ourique serve, a partir daí, de argumento político para justificar a independência do Reino de Portugal: a intervenção pessoal de Deus era a prova da existência de um Portugal independente por vontade divina e, portanto, eterna.
A lenda narra que, naquele dia, consagrado a Santiago, o soberano português teve uma visão de Jesus Cristo e dos anjos, garantindo-lhe a vitória em combate. Contudo, esse pormenor foi interposto mais tarde na narrativa, sendo praticamente decalcado da narrativa da Batalha da Ponte Mílvio, opondo Maxêncio a Constantino o Grande, segundo a qual Deus teria aparecido a este último dizendo IN HOC SIGNO VINCES (latim, «Com este sinal vencerás!»).

O local da peleja
Não há consenso entre os estudiosos acerca do local exato onde se travou a batalha de Ourique.
A mais antiga descrição da batalha figura na Crónica dos Godos sob a entrada dos acontecimentos da Era Hispânica de 1177 (1139 da Era Cristã).
Séculos mais tarde, um dos primeiros autores a abrir a polémica sobre a autenticidade das narrativas foi Alexandre Herculano quando, ao afirmar que “Ourique não passa de uma lenda”, foi acusado de anti-clericalismo.
Contemporaneamente, outros historiadores, entre eles José Hermano Saraiva, voltaram a abordar e a reinterpretar essa questão.
Entre as teorias consideradas, citam-se:
  • Hipótese de Ourique (Baixo-Alentejo), outrora conhecida como «Campo d'Ourique»: mais ou menos equidistante entre Évora e Silves, é a hipótese tradicionalmente sustentada. À época, o poder Almorávida estava em fragmentação na península Ibérica, e o território correspondente ao moderno Portugal, ainda em mãos muçulmanas, encontrava-se repartido em, pelo menos, quatro taifas, sediadas respectivamente em Santarém, Évora, Silves, e Badajoz. Neste cenário, uma razia do infante D. Afonso Henriques que incidisse numa zona tão a sul como o Baixo Alentejo, não seria, de todo, improvável, uma vez que era durante os períodos de maior discórdia entre os muçulmanos que as fronteiras cristãs mais progrediam para o Sul. Nesse sentido, a razia que seu filho, o infante D. Sancho, fez em 1178 a Sevilha, acha-se bem documentada, demonstrando na prática, a possibilidade de se percorrer uma distância tão significativa em território hostil.
  • Hipótese de Vila Chã de Ourique (c. 15 km do Cartaxo), no Ribatejo; a sua localização era ocidental demais para atrair o interesse e as forças do emir de Badajoz, o mais forte dos quatro supramencionados.
  • Hipótese de Campo de Ourique (c. 7 km de Leiria), na Estremadura: tal como no caso de Vila Chã, a sua localização era próxima demais ao litoral para atrair da mesma forma o interesse e as forças do emir de Badajoz;
  • Hipótese de Campo de Ourique (Lisboa): Presente no imaginário popular, sem qualquer fundamentação.
  • Hipótese de Aurélia (possivelmente, a moderna Colmenar de Oreja, próxima a Madrid e Toledo): Há quem defenda uma confusão entre Ourique (Aurik) e Aurélia (Aureja, com o "j" aspirado como em castelhano), aumentando a dúvida sobre a localização da batalha. É possível que tivesse havido um plano acordado entre Afonso Henriques e o rei de Leão e Castela, Afonso VII; embora inimistados dois anos antes em na batalha de Cerneja, a guerra ao inimigo comum (o Islão) constituía uma razão forte o suficiente para suscitar um entendimento entre ambos os soberanos cristãos, no sentido de este último poder atacar a fortaleza de Aurélia. Para evitar ser cercado pelo inimigo muçulmano, Afonso VII teria pedido ao primo D. Afonso Henriques que providenciasse uma manobra diversionista, que passaria por esta incursão portuguesa no Alentejo, e que forçaria os emires das taifas do Gharb al-Andalus a combatê-la em autodefesa. Com isso, Afonso VII esperava ter a sua retaguarda livre para atacar Aurélia, confiante em uma rendição rápida, dada a impossibilidade de resposta do inimigo, ocupado com a manobra dos portugueses.
De qualquer modo, como consequência, quando o Cardeal Guido de Vico, emissário do Papa, reuniu D. Afonso Henriques e Afonso VII em Zamora (1143), para tentar convencê-los que a animosidade entre ambos favorecia os infiéis, o soberano português escreveu ao Papa Inocêncio II, reclamando para si e para os seus descendentes, o status de «censual», isto é, dependente apenas de Roma, invocando para esse fim o «milagre de Ourique», o que ocorrerá apenas em 1179. Entretanto, naquele encontro, pelo tratado então firmado (Tratado de Zamora), Afonso VII considerou D. Afonso Henriques como igual: afirmava-se a independência de Portugal.
Nesta batalha combateu e foi ordenado Cavaleiro o futuro Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Dom Gualdim Pais, fundador das cidades de Tomar e Pombal.

(texto de “Batalha de Ourique" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Batalha de São Mamede


(Batalha de S. Mamede
- painel de Acácio Lino, Assembleia da Republica)


A Batalha de São Mamede foi uma batalha travada a 24 de Junho de 1128, entre Dom Afonso Henriques e as tropas de sua mãe, D. Teresa e do conde galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense. As duas facções confrontaram-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.
Com a derrota, D. Teresa e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficaria agora nas mãos do infante e seus partidários, desagradando o bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. D. Teresa desistia assim das ambições de ser senhora de toda a Galiza. Existem rumores não confirmados que ela tenha sido aprisionada no Castelo de Lanhoso. Há até quem relate as maldições que D. Teresa pregou ao seu filho D. Afonso Henriques.

(texto de “Batalha de São Mamede" Wikipédia)
(imagem junior.te.pt)

Batalha de Cerneja

Com a vitória na batalha de São Mamede (1128), o infante Afonso Henriques e a nobreza local assumiram o poder no Condado Portucalense, expulsando do governo a condessa-mãe D. Teresa apoiada pela nobreza Galega.
O novo Conde transferiu a sua capital para Coimbra e pretendeu assegurar a sua autonomia face ao Reino de Leão, onde reina o seu primo, o rei Afonso VII.
Como represália pelo cerco a Guimarães, e com o desejo crescente de independência, os barões portucalenses, sob o comando de Afonso Henriques, invadiram a Galiza, travando-se a Batalha de Cerneja (1137), onde as tropas galego-leonesas do conde Fernão Peres de Trava e de Rodrigo Velada, foram definitivamente vencidas.

(texto de “Batalha de Cerneja" Wikipédia)

Egas Moniz


(Egas Moniz apresentando-se ao rei de Leão com a sua família
- Painel de Azulejo na Estação de S. Bento, Porto)


Rico-homem portucalense (1080 — 1146).
Foi a Egas Moniz, dito «o Aio», da linhagem dos Riba Douro uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII, a quem Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou a educação do filho, Afonso Henriques, tarefa essa que lhe deu o cognome pelo qual é conhecido. Por esta altura Portucale era nominalmente dependente de Leão e Castela, então regidos pela rainha D. Urraca. Por morte desta em 1127, sucede-lhe no trono Afonso VII, o qual adopta o título de imperador de toda a Hispânia, procurando a vassalagem dos demais reinos, incluindo entre eles também o Condado Portucalense, que há muito demonstrava tendências autonomistas. Em 1128, Afonso Henriques, então com vinte anos, foi feito chefe dos barões que temiam a influência galega sobre Portucale e, forçado a batalhar contra as forças de sua mãe, Teresa de Leão, vence-as nos campos de São Mamede e assume a liderança política do condado. Pouco depois, Afonso VII vai por cerco a Guimarães, então sede política do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses. Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale. Está sepultado no Mosteiro de Paço de Sousa, do qual foi padroeiro; o seu túmulo representa precisamente este episódio lendário da sua ida a Toledo.

Descendência:
Do primeiro casamento com D. Dórdia Pais de Azevedo:
  • D. Lourenço Viegas
  • D. Afonso Viegas
  • D. Mem Viegas
  • D. Rodrigo Viegas
  • D. Hermígio Viegas
Do segundo casamento com D. Teresa Afonso:
  • D. Dórdia Viegas
  • D. Soeiro Viegas
  • D. Elvira Viegas
  • D. Urraca Viegas
(texto de “Egas Moniz, o aio" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Afonso Henriques


(Afonso Henriques)

Infante de Portucale (25 de Julho de 1109 — 6 de Dezembro de 1185).
Mais conhecido pelo seu nome de príncipe, Dom Afonso Henriques, foi o primeiro rei de Portugal, conquistando a independência portuguesa em relação ao Reino de Leão.
Em virtude das suas múltiplas conquistas, que ao longo de mais de quarenta anos mais que duplicaram o território que o seu pai lhe havia legado, foi cognominado O Conquistador; também é conhecido como O Fundador e O Grande. Os muçulmanos, em sinal de respeito, chamaram-lhe Ibn-Arrik («filho de Henrique», tradução literal do patronímico Henriques) ou El-Bortukali («o Português»).
Afonso Henriques era filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e da infanta Teresa de Leão. Há quem defenda que era filho de Egas Moniz. Terá nascido em Agosto de 1109 em Viseu. Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128.
Em 1120, Afonso tomou uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga. Este, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro em Tui.
Restabelecida a paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de conquistar a cidade.
Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder, concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino.
Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais tarde, nas míticas cortes de Lamego, quando recebeu a coroa de Portugal do arcebispo de Braga, D. João Peculiar, se bem que estudos recentes questionem a reunião destas cortes.

(texto de “Afonso I de Portugal" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

(este artigo refere apenas a sua biografia até 1139. A restante será apresentada na época da 1ª dinastia)

Teresa de Leão


(D. Teresa, condessa de Portucale)

Condessa (1080 — Mosteiro de Monte de Ramo (Galiza) ou Póvoa do Lanhoso, 11 de Novembro de 1130).
Teresa de Leão, ao tempo, eram usadas as grafias Tarasia ou Tareja. Infanta de Leão e, posteriormente, condessa (ou rainha, como também surge referenciada nas fontes coevas) de Portugal.
Filha ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz, uma nobre castelhana, filha de Mudiadona Moniz e de Munio Moniz, viveu toda a sua infância na companhia da sua mãe e do seu avô materno, que a educaram, e da sua irmã Elvira.
Teresa foi dada pelo seu pai em casamento, em 1093, a Henrique de Borgonha, nobre francês que tinha ajudado o rei Afonso VI em muitas conquistas aos mouros, tendo, na altura do enlace, Teresa 13 anos e Henrique 24.
Afonso VI doou à sua filha Teresa e ao genro o Condado de Portucale, território entre o Minho e o Vouga (e, a partir de 1096, entre o Minho e o Tejo).
De Henrique teve vários filhos, mas poucos sobreviveram: o único varão que chegou a adulto foi Afonso Henriques e as suas filhas Urraca, Sancha e Teresa Henriques.
Depois da morte de Henrique em 1112, Teresa governou o condado como regente do seu filho (com o título de rainha) e apegou-se ao poder.
Atacada pelas forças de sua meia-irmã, a rainha D. Urraca de Leão e Castela, recuaram as de D. Teresa desde a margem esquerda do rio Minho, derrotadas e dispersas, até que a própria D. Teresa se encerrou no Castelo de Lanhoso, onde sofreu o cerco que lhe foi imposto por D. Urraca (1121). Ainda que em posição de inferioridade, D. Teresa conseguiu negociar o Tratado de Lanhoso, pelo qual conseguiu salvar o seu governo do Condado Portucalense.
A sua aliança e ligação com o galego Fernão Peres, conde de Trava, indispôs contra ela os nobres portucalenses e seu próprio filho. Na maioridade de Afonso Henriques, Teresa recusou entregar-lhe o controlo da herança paterna. Em breve mãe e filho entraram em guerra aberta, tendo as forças de D. Teresa sido derrotadas na batalha de São Mamede em 1128.
Obrigada desse modo a deixar a governação, alguns autores defendem que foi detida pelo próprio filho no Castelo de Lanhoso, outras que se exilou num convento na Póvoa do Lanhoso, onde veio a falecer em 1130.
Modernamente, entretanto, se depreende que, após a batalha e já em fuga, ela e o conde Fernão Peres foram aprisionados e imediatamente expulsos de Portugal. A condessa sobreviveu ao desastre, falecendo na Galiza em fins de 1130.
Os seus restos mortais foram trazidos, mais tarde, para a Sé de Braga, onde ainda hoje repousam junto ao túmulo de seu primeiro marido, o conde D. Henrique.

(texto de “Teresa de Leão" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Henrique de Borgonha


(Henrique de Borgonha)

Conde (1066 — Astorga, 24 de Abril de 1112)
Foi conde de Portucale desde 1093 até à sua morte. Em Portugal é conhecido, geralmente, por Conde D. Henrique. Apesar de nunca ter tido o título de Rei, é tratado por D. Henrique I de Portugal, por alguns historiadores, que o consideram o primeiro Chefe de Estado Português.
Pertencia à família ducal da Borgonha, sendo filho de Henrique, herdeiro do duque Roberto I com Beatriz ou Sibila de Barcelona, e irmão dos também duques Odo I e Hugo I.
Sendo um filho mais novo, D. Henrique tinha poucas possibilidades de alcançar fortuna e títulos por herança, tendo por isso aderido à Reconquista da Península Ibérica. Ajudou o rei Afonso VI de Leão e Castela a conquistar o Reino da Galiza, que compreendia aproximadamente a moderna Galiza e o norte de Portugal, recebendo como recompensa pelos seus serviços casamento com a filha ilegítima do monarca, Teresa de Leão.
Alguns anos mais tarde, em 1096, D. Henrique recebeu de Afonso VI o Condado Portucalense, território até ao momento dependente do reino de Galiza, que passava a lhe prestar vassalagem directa. O rei de Leão e Castela pretenderia assim limitar o poder do conde Raimundo de Borgonha, casado com Urraca de Leão e Castela: ao colocar um território seu vassalo entre a Galiza e os reinos dos mouros, limitava as possibilidades de Raimundo conquistar terras e riquezas.
Henrique morreu a 24 de Abril de 1112, tendo sido sepultado na Sé de Braga. Tinha tido vários filhos com Teresa, mas só o mais novo sobreviveu à infância: D. Afonso Henriques, que sucedeu ao pai e se tornou no segundo conde de Portucale em 1112.
No entanto, o jovem D. Afonso Henriques pretendia ser mais do que conde; em 1128 rebelou-se contra a sua mãe, que pretendia manter-se no governo do condado, e eventualmente uma reunião de Portucale com o reino de Galiza. Por isso, em 1139 Afonso reafirmou-se independente de Leão e proclamou-se 1.º Rei de Portugal, recebendo o reconhecimento oficial de Leão e Castela em 1143, e a do papado em 1179.

Descendência
Do seu casamento com Teresa de Leão nasceram:
  • Afonso Henriques (1108)
  • Urraca Henriques (nasceu ca. 1095), casou-se com D. Bermudo Peres de Trava
  • Sancha Henriques (ca.1097-1163), casou-se com D. Sancho Nunes de Celanova e com D. Fernão Mendes, senhor de Bragança
  • Teresa Henriques (nasceu ca. 1098)
  • Henrique (ca.1106-1110)
  • Afonso Henriques (1109-1185), primeiro rei de Portugal, casado com Mafalda, condessa de Sabóia
(texto de “Henrique de Borgonha, conde de Portucale" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Condado de Portucale

Houve, no actual território de Portugal, ao longo do processo de reconquista, dois Condados Portucalenses ou Condados de Portucale distintos: um primeiro, fundado por Vímara Peres após a presúria de Portucale (Porto) em 868 e incorporado no reino da Galiza em 1071, após a morte do conde Nuno Mendes (e que embora gozando de certa autonomia, constituiu sempre uma dependência do reino das Astúrias/Leão/Galiza), sendo sensivelmente equivalente ao actual Entre-Douro-e-Minho).

A reocupação e possível reconstrução ou fortificação de Portucale verificou-se após a presúria de Vímara Peres, em 868, vivendo, a partir de então, um próspero período da sua história: daí partiu toda a acção de reorganização, bem sucedida, e nalguns casos de repovoamento, para além dos limites da antiga diocese nela sediada, quer ao norte do rio Ave, quer ao sul do rio Douro. Por esta altura, o território designava-se já de Terra Portugalense. Pouco a pouco são alargadas as fronteiras do território que, neste sentido, confinava com outros territórios (Braga, Lamego, Viseu, Terras da Feira e Coimbra).
A reconquista permitiu também a restauração diocesana, tendo os bispos de Portucale sido instalados numa pequena povoação chamada Magneto (a qual os especialistas fazem corresponder com a actual Meinedo, no concelho de Lousada).
Apenas dez anos decorridos sobre a reconquista definitiva de Portucale tivesse sido tomada a cidade de Coimbra e erigida em condado independente às mãos de Hermenegildo Mendes; a sua posição de charneira entre os mundos cristão e muçulmano permitiu uma vivência de maior paz no Entre-Douro-e-Minho. As campanhas do Almançor, em finais do século X, porém, fizeram recuar a linha de fronteira de novo até ao Douro.
Na segunda metade do século XI, reconstituiu-se ao sul o condado de Coimbra (que incluía não só a cidade do Mondego, como ainda as terras de Lamego, Viseu e Feira), sendo entregue ao conde (ou alvazil, segundo outros documentos coevos) Sesnando Davides, um moçárabe valido do rei Fernando I de Leão e Castela, que conquistara definitivamente a cidade em 1064 (este condado viria mais tarde a ser incorporado no Portucalense).
Paulo Merêa refere a existência de documentos comprovadamente encontrados na província de Ourense, na Galiza, nos quais surge a referência expressa a terras situadas em Portugal, ou seja, ao sul do rio Lima, e que então pertenciam, e vieram ainda a pertencer durante algum tempo, no âmbito da organização eclesiástica de Tui, repovoada durante o reinado de Ordonho I.
O repovoamento da Terra Portugalense ocorreria no tempo de Afonso Magno, sob o governo de Vímara Peres e seus descendentes.

Condes de Portucale:
(Nem sempre em linha recta, mas recorrendo às vezes à sucessão congnática):
  • Vímara Peres (c. 868-873)
  • Lucídio Vimaranes (filho do precedente - 873-?)
  • Onega Lucides (filha do precedente) ∞ Diogo Fernandes (?-antes de 924)
  • Mumadona Dias (filha dos precedentes) ∞ (926) Hermenegildo Gonçalves (também chamado Mendo Gonçalves, filho do conde Gonçalo Afonso Betote)
  • Gonçalo Mendes (filho dos precedentes) (c. 950-999; em 997 intitula-se magnus dux portucalensium)
  • Mendo Gonçalves (filho [ou neto?] do precedente) (999-1008) ∞ Tutadona Moniz
  • Alvito Nunes (descendente de Vímara Peres, casado com a condesa Tutadona Moniz) (1008-1015)
  • Ilduara Mendes (filha de Mendo Gonçalves) ∞ Nuno Alvites (filho do precedente) (1017-1028)
  • Mendo Nunes (1028-1050)
  • Nuno Mendes (1050-1071) - último conde da família de Vímara Peres; derrotado pelo rei Garcia da Galiza na batalha de Pedroso.
(As datas entre parêntesis indicam o período durante o qual existem documentos assinados pelo conde em causa, e que permitem assim determinar o seu tempo de governo).

(texto de “Condado Portucalense" Wikipédia)

Condado de Coimbra

O condado de Coimbra foi instituído como unidade militar de defesa fronteiriça do reino de Galiza, desde a reconquista de Coimbra pelos galegos em 871 (embora tenha sido perdida para os mouros de Almançor em 987; a defesa ficou então a cargo dos condes de Portucale, mais a Norte). Dessa marca militar faziam também parte as terras de Viseu, Lamego e Feira
A cidade ficou definitivamente segura para os Cristãos em 1064 (conquista de Fernando Magno de Leão, Galiza e Castela), tendo o condado enquanto unidade autónoma desaparecido em 1093, e sido integrado no condado Portucalense aquando da sua restauração em 1096. Contudo, os seus habitantes moçárabes continuaram a distinguir-se dos do Norte do País ao longo de todo o reinado do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques.

Condes de Coimbra:
  • 878-? Hermenegildo Mendes
  • ?-911 Hermenegildo Guterres
  • 911-924 Arias Mendes (filho de Hermenegildo Guterres)
  • 928-981 - Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes)
  • 1064-1068 - Sesnando Davides (também Sisnando Davides ou Sisnado Davides † 1093)
(texto de “Condado de Coimbra" Wikipédia)

Vímara Peres


(Estátua de Vímara Peres, Porto)

Nobre galego (Galiza, c. 820 – 873).
Senhor da guerra cristão da segunda metade do século IX do Nordeste da Península Ibérica. Vassalo do Reino das Astúrias, foi enviado, a mando de Afonso III das Astúrias, retomar o vale do Douro das mãos dos mouros, já que se afigurava uma linha de defesa fundamental para o pequeno reino cristão das Astúrias.
Vímara foi um dos responsáveis pela repovoação da linha entre o Minho e Douro e, auxiliado por cavaleiros da região, pela acção de presúria do burgo de Portucale (Porto), que foi assim definitivamente conquistado aos muçulmanos no ano de 868.
Nesse mesmo ano, tornou-se o primeiro conde de Portucale.
Vímara Peres foi também o fundador de um pequeno burgo fortificado nas proximidades de Braga, Vimaranis (derivado do seu próprio nome), que com o correr dos tempos, por evolução fonética, se tornou na moderna Guimarães, tendo sido o principal centro governativo do condado Portucalense aquando da chega de D.Henrique.
Foi em Guimarães que viria a falecer, em 873. O seu filho, Lucídio Vimaranes (etimologicamente, «filho de Vímara»), sucedeu-lhe à frente dos destinos do condado, instituindo-se assim uma dinastia condal que governaria a região até 1071.

(texto de “Vímara Peres" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Sesnando Davides

Nobre moçárabe (? - 1093).
Também conhecido por Sisnando Davidiz, foi um moçárabe de Tentúgal, talvez filho de judeus.
Tendo sido educado em Córdova, foi companheiro de El Cid, o Campeador, tendo chegado a exercer altas funções na corte de Sevilha.
Teria sido ele quem convenceu Fernando, o Magno a conquistar Coimbra em 1064, cidade erigida em sede do condado coimbrão cujo governo lhe foi concedido por este soberano, sendo chamado nos documentos por conde ou alvazil.
Estendeu os seus domínios por todo o vale do rio Mondego, mantendo, graças à sua origem moçárabe, a paz com as taifas muçulmanas mais a Sul. Foi o responsável pela construção ou reconstrução de diversos castelos entre os quais destacam-se o de Coimbra, o da Lousã, o de Montemor-o-Velho, o de Penacova e o de Penela.
Tendo governado até cerca de 1091, foi o responsável não apenas pela pacificação e defesa do território, mas principalmente pela sua reorganização, tornando Coimbra um centro florescente, onde a cultura moçárabe viria a conhecer o seu canto de cisne.
O seu túmulo pode ser visitado na Sé Velha de Coimbra.

(texto de “Sesnando Davides" Wikipédia)

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Dada a diversidade de assuntos a tratar, a enorme quantidade de personalidades a referir, decidi, a partir deste mês, atribuir a cada mês do ano, uma época histórica.
Assim, durante o corrente mês, as personalidades e acontecimentos a retratar inserem-se todas no período que vai desde a criação dos condados de Portucale e de Coimbra (868 e 871, respectivamente) até 1143, data em que Portugal foi reconhecido como reino independente.
Esta estruturação não impede, contudo, referir outros acontecimentos históricos nos dias em que aconteceram.

Nuno Mendes

Conde (?-1071).
Nuno II Mendes foi o derradeiro conde de Portucale descendente da família de Vímara Peres. Filho do conde Mendo Nunes, a quem sucedeu por volta de 1050, as suas aspirações a uma maior autonomia dos portucalenses face ao reino da Galiza levaram-no a enfrentar o rei Garcia II em batalha. Feriu-se assim na batalha de Pedroso, travada em 1071, a qual teve como desfecho final a sua derrota - e morte, travando assim as ambições dos barões portucalenses.
O próprio rei Garcia não teria melhor sorte, pois no ano seguinte seria preso pelo irmão Afonso VI de Leão, assim vivendo até falecer em 1090; por essa altura, o condado de Portucale seria restaurado na pessoa de Henrique da Borgonha.

(texto de “Nuno Mendes" Wikipédia)

Gonçalo Mendes

Conde (925 - 997) .
Também conhecido como Gonçalo I Mendes ou como mais usualmente é grafado Conde Gonçalo Mendes que se intitula "magnus dux portucalensium" foi conde do Condado Portucalense cujas terras herdou de sua mãe D. Mumadona Dias, que em 24 de Julho de 950, por morte do marido, o conde Hermenegildo Gonçalves, reparte com os filhos. A "Terra Portugalense" é entregue assim, ainda durante a vigência do mês de Julho a Gonçalo Mendes.
O Conde Gonçalo Mendes, casou D. Ilduara Pais (925 —?) de quem teve:
  • Mendo Gonçalves, conde soberano de Portugal (945 —?) 1 de Outubro de 1008, casado com Tutadona Moniz.
(texto de “Gonçalo I Mendes" Wikipédia)

Hermenegildo Gonçalves

Conde (c 900 - 950).
Também conhecido como Mendo I. Foi um conde de portucale casado com Mumadona Dias, filha de Onega Lucides e Diogo Fernandes, neta de Vimara Peres. Era filho do conde de Deza Gonçalo Afonso Betone.

(texto de “Hermenegildo Gonçalves" Wikipédia)

Mumadona Dias


(Estátua de Mumadona Dias, Guimarães)

Condessa (século X).
Filha do conde Diogo Fernandes e da condessa Onega Lucides, era tia do rei Ramiro II de Leão e neta de Vímara Peres. Célebre, rica e mulher mais poderosa no Noroeste da península Ibérica, é reconhecida por várias cidades portuguesas devido ao seu registo e acção.
Em 926 Mumadona já estava casada com o conde Hermenegildo Gonçalves, passando, porém, a governar o condado sozinha após o falecimento do seu esposo (c. 928), que a deixou na posse de inúmeros domínios, numa área que coincidia sensivelmente com zonas que integrariam os posteriores condados de Portucale e de Coimbra.
Esses domínios foram divididos em Julho de 950 com os seus seis filhos, vindo Gonçalo I Mendes a ficar com os do condado Portucalense. Nesse momento (950-951), por inspiração piedosa, fundou, na sua herdade de Vimaranes, um mosteiro sob a invocação de São Mamede (Mosteiro de São Mamede ou Mosteiro de Guimarães), onde, mais tarde, professou. Para a proteção deste mosteiro e das suas gentes das invasões normandas, determinou a construção de um castelo (Castelo de Guimarães), à sombra do qual se desenvolveu o burgo de Guimarães, vindo a ser sede da corte dos condes de Portucale. O documento testamentário no qual faz a doação de seus domínios, gado, rendas, objetos de culto e livros religiosos ao mosteiro de Guimarães, datado de 26 de Janeiro de 959, é importante por testemunhar a existência de diversos castelos e povoações na região.
Apesar de não ser a fundadora de Felgueiras, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, o seu registo é pioneiro ao incluir pela primeira vez estas terras, que vêem a data do registo como fundação.

(texto de “Mumadona Dias" Wikipédia)
(imagem Wikipedia)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Diogo Afonso

Navegador (século XV).
D. Henrique incumbiu-o de viagens de reconhecimento e exploração da costa ocidental africana. Em 1444, juntamente com Antão Gonçalves e Gomes Pires, terá chegado ao Rio do Ouro. Logo no ano seguinte Diogo Afonso, com Antão Gonçalves e Garcia Homem, participou na expedição à ilha de Arguim. Descobriram também o cabo do Resgate, na costa fronteira a essa ilha, tendo, aí, feito um número considerável de prisioneiros, que transportaram para Lisboa. Não existe, de qualquer modo, consenso quanto ao facto deste Diogo Afonso ser o mesmo Diogo Afonso, escudeiro do Infante D. Fernando e contador na ilha da Madeira, que segundo uma carta régia, datada de 29 de Outubro de 1462, terá descoberto (entre 1461 e 1462) as cinco ilhas mais ocidentais de Cabo Verde – Brava, São Nicolau, São Vicente, Santa Luzia e Santo António, bem como dois ilhéus, o Branco e o Raso.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Gonçalo Velho Cabral

Navegador (século XV).
Foi o povoador do arquipélago dos Açores. De origem fidalga, foi Comendador de Almourol e senhor das Pias, Cardiga e Beselga. Membro da Ordem Militar de Cristo, empreendeu feitos notáveis no Norte de África, com estudos das correntes marítimas e a descoberta da Terra Alta, missão para a qual dobrou o cabo Não. Colaborador do infante D. Henrique, o seu nome liga-se também à ocupação de várias ilhas dos Açores, muito embora seja duvidoso o facto de ter sido o descobridor de algumas delas, como foi afirmado por alguns historiadores. Sabe-se, no entanto, que foi o primeiro capitão-donatário de Santa Maria e São Miguel, onde teve por missão lançar o primeiro gado.


(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)