"Para que a memória não esqueça os que fizeram grande este pequeno Portugal"

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Diogo Afonso

Navegador (século XV).
D. Henrique incumbiu-o de viagens de reconhecimento e exploração da costa ocidental africana. Em 1444, juntamente com Antão Gonçalves e Gomes Pires, terá chegado ao Rio do Ouro. Logo no ano seguinte Diogo Afonso, com Antão Gonçalves e Garcia Homem, participou na expedição à ilha de Arguim. Descobriram também o cabo do Resgate, na costa fronteira a essa ilha, tendo, aí, feito um número considerável de prisioneiros, que transportaram para Lisboa. Não existe, de qualquer modo, consenso quanto ao facto deste Diogo Afonso ser o mesmo Diogo Afonso, escudeiro do Infante D. Fernando e contador na ilha da Madeira, que segundo uma carta régia, datada de 29 de Outubro de 1462, terá descoberto (entre 1461 e 1462) as cinco ilhas mais ocidentais de Cabo Verde – Brava, São Nicolau, São Vicente, Santa Luzia e Santo António, bem como dois ilhéus, o Branco e o Raso.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Gonçalo Velho Cabral

Navegador (século XV).
Foi o povoador do arquipélago dos Açores. De origem fidalga, foi Comendador de Almourol e senhor das Pias, Cardiga e Beselga. Membro da Ordem Militar de Cristo, empreendeu feitos notáveis no Norte de África, com estudos das correntes marítimas e a descoberta da Terra Alta, missão para a qual dobrou o cabo Não. Colaborador do infante D. Henrique, o seu nome liga-se também à ocupação de várias ilhas dos Açores, muito embora seja duvidoso o facto de ter sido o descobridor de algumas delas, como foi afirmado por alguns historiadores. Sabe-se, no entanto, que foi o primeiro capitão-donatário de Santa Maria e São Miguel, onde teve por missão lançar o primeiro gado.


(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Vicente Dias

Navegador (século XV).
Foi como capitão e mercador para as costas da Mauritânia e tomou parte na descoberta e exploração de terras na região do Senegal. Em 1455 era armador e capitão de uma das cinco caravelas enviadas pelo infante D. Henrique às ilhas de Lanzarote e Gomeira, nas Canárias.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Diogo Gomes

Navegador (século XV).
Moço de câmara do infante D. Henrique, sabe-se que além de marinheiro e navegador foi criado de D. Afonso V e escrivão da carreagem real, cargos que ocupava em 1451, e que em 1463 era já escudeiro do monarca. Em 1466 foi nomeado juiz dos feitos das coutadas de Sintra e, posteriormente, foi almoxarife do rei naquela vila e juiz das sisas de Colares, sendo-lhe confirmado este último cargo em 1482. Como navegador ao serviço do infante D. Henrique, em 1456 descobriu os grandes rios da actual Guiné-Bissau e, em 1463, acompanhou António de Noli no reconhecimento das ilhas ocidentais do arquipélago de Cabo Verde. Notabilizou-se sobretudo pelas suas memórias de navegador, que relatou oralmente a Martim Behaim, um alemão radicado em Portugal, que as redigiu em latim com o título de “De prime inventone Guineal” (Acerca do Primeiro Descobrimento da Guiné), obra também conhecida como a “Relação de Diogo Gomes”. O texto, incluído no conhecido “Manuscrito Valentim Fernandes”, é uma ajuda inestimável para o estudo do início da navegação marítima portuguesa.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

João Gomes de Abreu

Poeta e navegador (séculos XV).
Oriundo de uma família fidalga, não era pessoa de grande agrado de D. João II, o que o levou ao desterro. Regressou em 1498, para partir para a Índia a 6 de Março de 1506, capitaneando uma nau da Armada comandada por Tristão da Cunha, onde também seguia Afonso de Albuquerque. Amigo de D. Manuel, tinha a alcunha de "O das Trovas". Há poesias suas no "Cancioneiro Geral", onde manifesta facilidade e graça.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Manuel Teles Barreto

Fidalgo (século XV).
Partiu para a Índia na armada de Lopo Soares de Albergaria. Foi nomeado capitão da Armada Cruzeiro, com o objectivo de defender o reino de Cochim. Juntou-se ao grupo de Lopo Soares de Albergaria, quando este assaltou o porto de Panani, comandando o pelotão que lutou contra os turcos do Soldão. Integrou ainda a armada de Tristão da Cunha e Afonso de Albuquerque, em 1505, participando na tomada de Socotorá.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Nuno da Cunha

Fidalgo (século XVI).
Governador da Índia entre 1529 e 1538. Filho de Tristão da Cunha, em 1506 acompanhou o seu pai numa viagem à Índia, de onde regressou em 1508, sendo então escolhido para ocupar o cargo de vedor da Fazenda Real. Nomeado governador da Índia em 1527, partiu na Primavera do ano seguinte, mas, obrigado a interromper a viagem, desembarcou na costa africana, onde conquistou Mombaça, acabando por só chegar ao seu destino em 1529. Durante a sua governação sustentou guerras contra Calecute, Cambaia e Bijapor, mas de todas elas saiu vitorioso. Para melhor se defender, ergueu uma fortaleza em Chalé, em 1531, ano em que tentou cumprir a principal missão de que fora incumbido pelo rei: conquistar Diu. Porém, apesar de comandar uma poderosa armada, deparou com a praça demasiado bem defendida para ser tomada por mar, sendo obrigado a desistir sem apoderar da ilha. No entanto, em 1534, recebeu de Badur, sultão de Cambaia, as terras de Baçaim, ali construindo uma fortaleza e, no ano seguinte, depois de Badur ser expulso dos seus domínios pelos mongóis e pedir ajuda aos portugueses, obteve em troca do auxílio a desejada ilha de Diu. Porém, vendo-se livre da ameaça mongol, o sultão tratou de reaver a ilha, matando o governador, ao mesmo tempo que chamava em auxílio uma frota turca. Ao tomar conhecimento da traição, mandou prender Badur, que acabou por ser morto numa refrega. Regressado a Goa, preparava-se para ir em socorro da fortaleza de Diu, que os turcos já haviam sitiado, quando chegou uma armada do reino com o seu substituto, D. Nuno Garcia de Noronha. Vendo-se obrigado a desistir da honra de chefiar a luta contra os turcos e sabendo que havia sido vítima de calúnias, desgostoso, seguiu para o continente, em 1539, mas morreria durante a viagem.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Tristão da Cunha

Navegador (século XV).
Fidalgo das Cortes de D. João II e de D. Manuel, era filho de D. Catarina de Albuquerque e de Nuno da Cunha, camareiro-mor do infante D. Fernando. Nomeado vice-rei da Índia, em 1505, não chegou a assumir o cargo, por ter ficado temporariamente cego, acabando por ser substituído por D. Francisco de Almeida. Já recuperado, em 1506 chefiou a esquadra em que seguia para a índia Afonso de Albuquerque. Nessa viagem descobriu, no Atlântico austral, o arquipélago que viria a ostentar o seu nome. Em seguida, fez o reconhecimento de Madagáscar, seguindo ao longo da costa de África, onde venceu os muçulmanos de Hoja e Brava, conquistando, pouco depois, a ilha de Socotorá aos árabes fartaques. Chegado à Índia, foi em socorro de Cananor, então cercada pelos muçulmanos, e participou nos combates de Calecute. Com grande quantidade de especiarias, pedrarias e aljôfar, regressou ao reino em 1508. Em 1513, recebeu a importante missão de chefiar a embaixada enviada por D. Manuel à Santa Sé, para prestar homenagem a Leão X, oferecendo-lhe vários produtos trazidos da Índia, a maior parte deles jóias. Partindo de Lisboa no início do ano seguinte, ficou célebre o exotismo dos presentes e a sumptuosidade do séquito, que incluía um elefante, além de outros animais. Sobreviveu a quatro dos seus filhos, todos mortos no Oriente ao serviço do reino.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Manuel Álvares

Piloto (século XVI).
Juntou-se a D. João de Castro (governador e vice-rei da Índia) no Grifo em 1538. É apontado como o autor de um manuscrito designado por "Regimentos Portugueses da Navegação, Taboas Solares Quadrienais para 1517-1520 […]", provavelmente datado de 1545.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Francisco de Eça

Militar (século XVI).
Serviu no Oriente no governo de D. João de Castro. Quando os sultões se coligaram contra os portugueses, foi ele quem chefiou a esquadra que, em Parlés, destroçou por completo a Armada do reino de Achéns.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Aleixo Abreu

Piloto (século XVI).
Acompanhou D. Álvaro de Castro a Diu, ficando encarregue de importante missão junto do vice-rei D. João de Castro. Expedito e ousado, capitaneou a caravela que conseguiu furar o cerco de Diu, contribuindo decisivamente para a vitória final.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

João de Castro


(João de Castro)

Fidalgo (século XVI).
Uma das maiores figuras da expansão portuguesa. Filho de D. Álvaro de Castro, começou por ser moço-fidalgo de D. Manuel I, sendo também discípulo do conceituado matemático Pedro Nunes. Com 18 anos, decidido a seguir a carreira das armas, partiu para Tânger (onde serviu durante 9 anos), tendo regressado várias vezes a África, numa das ocasiões integrando (em 1535) a expedição enviada por D. João III para auxiliar Carlos V na tomada de Tunes. Depois de se ter retirado em Sintra, em 1538 faria a primeira viagem à Índia, acompanhando o vice-rei D. Garcia de Noronha. Regressado a Portugal, viria entretanto a ser nomeado como 13º Governador da Índia, em 1545. Enfrentaria um conflito militar com o soberano de Bijapor e, de seguida, com o rei de Cambaia, tendo, numa difícil batalha, perdido um filho, em 1546, conquistando não obstante a praça de Diu. Já próximo do termo da sua vida, no final de 1547, seria nomeado vice-rei da Índia, numa altura em que estava já gravemente enfermo, vindo a expirar nos braços de S. Francisco Xavier. Seria ainda o autor de três Roteiros, narrando as suas viagens: “Roteiro de Lisboa a Goa” (1538), “Roteiro de Goa a Diu” (1538-39) e “Roteiro do Mar Roxo” (1540-41), com anotações geográficas, astronómicas e magnéticas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(imagem de Wikipédia)

Afonso de Albuquerque


(Afonso de Albuquerque)

Fidalgo (século XVI).
Vice-rei da Índia. Nasceu perto de Lisboa, no seio de uma família nobre, e foi educado na corte de D. Afonso V. Foi um homem de paixões, determinado, robusto e, pode dizer-se, vingativo e implacável com os que o traíam. Na vida política, foi, contudo, ponderado, diplomático e estratega. A ele se deveu a forte implantação de Portugal no Oriente. Este homem, que pertenceu à guarda pessoal de D. João II, já tinha ultrapassado os 40 anos quando o monarca português, D. Manuel, ordenou a sua partida para a Índia, corria o ano de 1503. Foi uma missão meramente de reconhecimento, mas terá sido nessa altura que começou a formar o plano de domínio do oceano Índico e de reforço da presença portuguesa no Oriente. A sua tarefa foi de tal forma bem sucedida que, no regresso, o rei português o encarregou de partir novamente, numa armada comandada por Tristão da Cunha, devendo permanecer na Índia como capitão-mor da costa da Arábia. Estava, igualmente, incumbido de substituir Francisco de Almeida como governador, o que aconteceu em Novembro de 1509. Mantendo as linhas gerais do antecessor, implantou também os ditames do seu plano. Entre eles, estava a vontade de garantir para Portugal o monopólio do comércio das especiarias, com o controlo dos mares, no sentido de impedir a circulação de navios rivais. Albuquerque compreendeu ainda que era necessário controlar o território, tendo, para tal, determinado quais os locais mais importantes: Goa, Malaca, Ormuz e Adém. Apenas não teve sucesso na conquista desta última cidade, mas a sua estratégia também falhou por não ter incluído Diu nos territórios considerados mais importantes. O seu governo ficou marcado por uma outra política, nem sempre bem entendida, a dos casamentos mistos, que consistia no incentivo de matrimónios entre portugueses e autóctones. Aquele que é considerado um dos maiores ou mesmo o maior impulsionador do Império Português do Oriente, nos últimos anos de governação, teve uma outra questão com que se preocupar, a das intrigas que se avolumavam contra si na Corte. O rei viria a ceder à campanha de difamação e encarregou Lopo Soares de Albergaria, um dos maiores inimigos de Albuquerque, de o substituir na governação em 1515. À data da sua morte, o povo de Goa lamentou e chorou de forma sentida a partida do governador que sempre soube atrair a amizade dos que conquistou.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(imagem Wikipédia)

Garcia de Noronha

Fidalgo (século XVI).
Vice-rei da Índia, entre 1538 e 1540, era sobrinho de Afonso de Albuquerque e cunhado de D. João de Castro. Foi considerado «um dos maiores homens de Portugal» ou, como diziam na Índia, «o mais ousado doudo de Portugal», e a sua vida é tratada pelo cronistas, nomeadamente João de Barros, Damião de Góis, Fernão Lopes de Castanheda e Brás de Albuquerque, além de ser referido por Luiz de Camões nos «Lusíadas». Tendo chegado à Índia em 1511, participou na defesa de Goa e na conquista de Ormuz e de Calecute, onde construiu a fortaleza. Entretanto, foi destacado para missões no Norte de África. Em 1534, lutou em Safim e, como recompensa, tornou-se capitão dessa praça. Quando ficou à frente do governo da Índia, estava Diu cercada e, apesar de estar incumbido de organizar a resistência aos turcos, tardou em chegar com uma poderosa armada, pelo que foi criticado, o que, aliás, aconteceu até ao fim do vice-reinado.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(texto "Garcia de Noronha / Wikipédia)

João Fernandes

Explorador (século XV).
Escudeiro, depois de várias experiências nas praças do Norte de África, em 1444 participou na expedição do navegador Antão Gonçalves à costa da Guiné. Ali, não embarcou na viagem de regresso, ao que parece por sua vontade, dedicando-se a explorar durante vários meses o interior do território entre o rio do Ouro e o cabo Branco. Tinha sobretudo o objectivo de contactar com os povos locais e conhecer os seus usos e costumes, tarefa facilitada pelo facto de ter aprendido a língua árabe durante um período em que esteve preso pelos mouros. Quando foi recolhido por Antão Gonçalves, no cabo do Resgate, era portador de valiosas informações sobre o modo de vida das populações indígenas, a sua economia regional e a situação geográfica daquelas terras, tornando-se o primeiro português a fazer uma incursão terrestre durante a expansão portuguesa. Enriquecido com esta experiência, veio a ter um importante papel em contactos posteriores, participando como conselheiro em várias expedições dirigidas ao Noroeste africano.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Martim Fernandes

Navegador (século XV).
Emissário do infante D. Henrique, participou numa expedição de Antão Gonçalves à região do Rio do Ouro, onde terá colaborado como intérprete na negociação de escravos.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Jorge Álvares

Mercador (século XV).
Foi o primeiro português que atingiu oficialmente a China, no ano de 1513, tendo deixado um padrão junto ao porto de Tamang (Cantão). Com esta façanha, abriu as portas para as relações bilaterais entre Portugal e a China. Os registos históricos não são totalmente claros quanto ao facto de este ser o mesmo Jorge Álvares que viajou com Fernão Mendes Pinto, acabando também por ser um dos primeiros portugueses a pisar solo japonês. Tido como um dos pioneiros da difusão do Cristianismo no país do Sol Nascente. Manteve ainda uma relação de forte amizade com S. Francisco Xavier. Foi autor de uma pequena monografia alusiva ao Japão, que se designou por Informação do Japão, que, em 1548, foi traduzida para espanhol.
Possuía um Junco com o qual se dedicava ao comércio entre Malaca e Cantão, juntamente com Simão de Andrade e Rafael Perestrelo, pioneiros desse comércio, considerado ilegal pelos Chineses. Participou de uma guerra contra o sultão de Bintão, capitaneando uma galé na Armada Portuguesa. Com a abordagem de Tamang (Cantão), apesar da oposição do "Itau" (mandarim local), conseguiu estabelecer-se em uma praia na ilha de Sanchoão, onde ergueu uma cabana que servia de refúgio aos comerciantes clandestinos e onde, para se achar como em terra portuguesa, fizera assentar um padrão. Passou assim a ser considerado como feitor português de Tamang, continuando, no seu Junco, a navegar pelas Molucas. Nestas águas veio a ser atacado pelos indígenas de Ternate, vindo a ser gravemente ferido. Veio falecer na sua cabana, pedindo que fosse enterrado junto ao padrão que fizera erigir.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(texto de "Jorge Álvares" / Wikipédia)

João de Mendonça Furtado

Fidalgo (século XVI).
Capitão de Malaca, deslocou-se às ilhas Molucas, para garantir a presença portuguesa nesse território, cumprindo idêntica tarefa em Damão. Com a morte de D. Francisco Coutinho, oitavo vice-rei da Índia, assumiu o governo interino daquela possessão portuguesa, de Fevereiro a Setembro de 1564. Apesar de aspirar ascender a vice-rei, D. Sebastião entregou o cargo a D. Antão de Noronha.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Francisco Mascarenhas

Fidalgo (século XVI).
Vice-rei da Índia, foi o primeiro conde de Santa Cruz. Em 1562, foi nomeado capitão-do-mar e governador de Chaul. No ano seguinte, tornou-se governador de Sofala. Suportou em Chaul, em 1570, os ataques turcos, persas e abexins, apesar de estar em desvantagem numérica. Acompanhou D. Sebastião a Alcácer-Quibir e aconselhou o monarca a não avançar para uma batalha em campo aberto, opinião que não foi seguida. Haveria de ser nomeado em 1581 por Filipe I (II de Espanha) vice-rei da Índia. Em 1596, foi designado capitão donatário das ilhas das Flores e Corvo (Açores) e de Santo Antão (Cabo Verde).

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Antão de Noronha

Fidalgo (século XVI).
Vice-rei da Índia, de 1564 a 1568, era sobrinho de D. Afonso de Noronha, com quem partiu para a Índia, em 1550. Combatente na Índia, foi capitão de Ormuz. Durante o seu vice-reinado, marcado por uma ofensiva generalizada contra a presença portuguesa na Índia, ocorreu a defesa heróica de Cananor e de Malaca e deu-se a reconquista e reconstrução de Mangalore, com a edificação de uma fortaleza no local.


(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

António de Noronha

Fidalgo (século XVI).
Vice-rei da Índia, de 1571 a 1573. Filho de D. Garcia de Noronha, viajou pela primeira vez ao Oriente em 1550. No governo de D. Antão de Noronha, comandou a defesa de Cananor. Durante o seu vice-reinado, levantou o cerco de Goa, imposto pelo imperador Akbar. Com a sua diplomacia, transformou a inimizade deste num tratado de paz e amizade, um dado importante para o domínio português na Índia. Pouco compreendido entre os outros dirigentes portugueses da Índia, foi substituído no governo e regressou ao reino, onde pouco tempo depois faleceu de desgosto.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Francisco Rodrigues

Cartógrafo e piloto (século XV).
Em 1511, pilotou a caravela da frota enviada por Afonso de Albuquerque para o descobrimento das ilhas Molucas e das de Sonda. Timor já figurava nos mapas por si desenhados em 1512. Em 1519, rumou à China, numa altura em que gozava de grande prestígio como cartógrafo. Escreveu um livro com o roteiro de Malaca ao Rio Cantão e mais de vinte cartas das regiões orientais, a mais antiga representação da Insulíndia.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Antão Gonçalves

Navegador (século XV).
Guarda-roupa do infante D. Henrique, este incumbiu-o, em 1441, de ir ao Noroeste africano, carregar óleo e outros produtos. Durante a expedição, já depois de ter carregado o seu barco, voltou a desembarcar, entrando em combate com tribos nativas fixadas na costa, tornando-se o primeiro navegador a trazer cativos para o reino. Em 1444, voltou a embarcar, chegando desta vez ao rio do Ouro. Ali regressaria no ano seguinte, numa armada de três velas, com o objectivo de obter informações sobre a Índia e o Preste João e estabelecer contactos com os mouros. Em 1448, D. Henrique nomeou-o governador da ilha de Lanzarote.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Lançarote

Navegador (século XV).
Em 1443, tornou-se almoxarife de Lagos. Com a autorização do infante D. Henrique, foi o primeiro a organizar expedições privadas nas costas africanas. O infante armou-o.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Pedro de Sintra

Navegador (século XV).
Cavaleiro do infante D. Henrique, descobriu a Serra Leoa (1460, ou antes) e atingiu o arvoredo de Santa Maria (anteriormente a 1469), para além do cabo Mesurado, na actual Libéria.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Estêvão Afonso

Escudeiro e navegador (século XV).
Oriundo de Lagos, foi contemporâneo de D. Henrique, tendo capitaneado diversas viagens de exploração da costa ocidental de África. Em 1444, atingiu o cabo Branco, comandando uma caravela da expedição de Lançarote, almoxarife de Lagos, e, no ano seguinte, chegou ao Senegal, também à frente de uma das 14 caravelas. Em 1446, alcançou o rio Grande, na Guiné. Veio a falecer na ilha de Palma durante um combate contra os indígenas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

João Dias

Navegador (século XV).
Era dono dos seis barcos que constituíam a expedição promovida e comandada por Lançarote, partida de Lagos em 1444. Chegaram à ilha das Garças e ao cabo Branco, nas costas de Cabo Verde.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Álvaro de Freitas

Navegador (século XV).
Fidalgo, foi comendador de Aljezur. Fez parte da expedição, comandada por Lançarote, enviada contra os mouros da ilha de Tider e que saiu de Lagos a 10 de Agosto de 1445. Da frota, a maior constituída até então, faziam parte 17 caravelas. Chegados a Tider, depois de uma pequena marcha os portugueses depararam com os mouros, sobre quem tiveram uma esmagadora vitória. Pouco depois do triunfo, o navegador armou cavaleiro Soeiro da Costa, sogro de Lançarote e bravo militar, que supostamente terá sido um dos Doze de Inglaterra. Em seguida, após a divisão dos despojos com outros oficiais, algumas das caravelas voltaram para o reino, mas Álvaro de Freitas decidiu prosseguir a viagem para sul. Atingiu ainda o rio Senegal e passou pelo arquipélago de Cabo Verde, regressando então a Portugal.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Alvise de Cadamosto

Navegador e mercador italiano (século XV).
Oriundo de uma família de mercadores, integrava uma esquadra veneziana quando, em 1454, o mau tempo reteve os navios ao largo do Algarve. Foi, então, que travou conhecimento com o infante D. Henrique, com quem passou a colaborar. Na sua primeira viagem a África, em 1455, terá atingido o Senegal, passando por Madeira, Canárias e Cabo Branco. Na segunda, em 1456, terá descoberto quatro ilhas do arquipélago de Cabo Verde (Sal, Boavista, Santiago e Maio). A viagem continuou ao longo da costa africana, passando pela foz do Gâmbia e pelo cabo Roxo até à Guiné-Bissau. As suas "Navigazoni", publicadas em Itália, em 1507, são valiosos documentos, que permitem compreender a extensão dos descobrimentos portugueses ao longo da costa africana. Nestas, relata detalhadamente as suas viagens, assim como faz uma pequena descrição da viagem do navegador Pedro Sintra até ao cabo Mensurado. Após o regresso a Veneza, continuou a actividade de mercador e foi incumbido de várias missões diplomáticas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

terça-feira, 29 de julho de 2008

António da Silveira

Militar (século XVI).
Capitão da Índia. De 1524 a 1539, serviu na Índia. Teve a cargo as capitanias de Ormuz (1528) e Diu (1537). Notabilizou-se na defesa desta praça, cercada em 1538 por uma poderosa frota turca de 7000 homens, auxiliada pelo exército de Cambaia. Em 1539, já depois de ter regressado a Portugal, foi-lhe entregue a capitania do Machico, na ilha da Madeira.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Gonçalo da Silveira

Religioso (século XVI).
Doutorado em Teologia, em Espanha. Partiu para a Índia em 1556 e, posteriormente, em 1560 aportou em Moçambique. Em Monomotapa, baptizou o imperador, mas foi alvo de uma grande conspiração, acusado de ser feiticeiro e agente do rei de Portugal, que desejava dominar Monomotapa a nível político. O imperador cedeu às intrigas e mandou-o matar. Foi martirizado e os seus restos foram atirados ao Zambeze. Camões imortalizou-o em Os Lusíadas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Heitor da Silveira

Militar (século XV).
Serviu no Norte de África, em Arzila, e na Índia, de 1525 a 1531. No Oriente, comandou naus e armadas e, em 1525, tornou-se capitão de Cananor. Teve acção importante na defesa da fortaleza de Calecute e distinguiu-se em Cambaia. Faleceu quando ia socorrer Diu.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Vasco da Silveira

Militar (século XVI).
Coronel do Terço do Algarve, foi um dos elementos do conselho que alertou D. Sebastião sobre os perigos a que iria expor o Exército ao atacar Larache por terra, quando inicialmente tal era para ser feito por mar. Casou com D. Inês de Noronha e acabaria por morrer em Fez, depois de se ter feito prisioneiro em Alcácer Quibir.


(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Diogo de Silves

Piloto (século XV).
Segundo uma carta do cartógrafo catalão Gabriel Valseca, Diogo de Silves foi o descobridor das ilhas açorianas dos grupos oriental e central, em 1427, quando de retorno de uma viagem à Ilha da Madeira. Uma legenda, nessa carta, refere: "Estas ilhas foram achadas por Diogo de Silves [Sunis?] piloto de El-Rei de Portugal no ano de 1427".

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(texto de “Diogo de Silves" - Wikipédia)

Gonçalo de Sintra

Escudeiro e navegador (século XV).
Também conhecido por Afonso de Sintra e Gonçalo Afonso, fazia parte da
Casa do infante D. Henrique. Esteve presente em muitas expedições punitivas contra os mouros antes de ter integrado a armada de Nuno Tristão em 1441. Capitaneando uma expedição em 1443-1444 às ilhas Naar e Tider, encontrou a morte durante o combate com os indígenas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

No dia 18 de Julho de ...

1697


(Padre António Vieira)

Falecimento do Padre António Vieira, sacerdote jesuíta, diplomata e escritor português.

Já velho e doente, teve que espalhar circulares sobre a sua saúde para poder manter em dia a sua vasta correspondência. Em 1694, já não conseguia escrever de próprio punho. Em 10 de Junho começou a agonia, perdeu a voz, silenciaram-se seus discursos. Morreu com 89 anos, na cidade de Salvador, Baía.

(texto de “António Vieira" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

** Intervalo **

Depois de uma viagem de trabalho que me obrigou a uma ausência de cerca de duas semanas, retomo novamente o ritmo normal deste blogue.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

No dia 3 de Julho de ...

1850


(Alfredo Keil)

Nascimento de Alfredo Keil, compositor de música, pintor, poeta, arqueólogo e coleccionador de arte português.

Era filho de João Cristiano Keil e de Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã e radicados em Portugal.

Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça. A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde feita hino nacional de Portugal - A Portuguesa.

(texto de “Alfredo Keil" e "Hino nacional de Portugal" Wikipédia)
(imagem Joker Art Gallery)

No dia 2 de Julho de ...

1932


(D. Manuel II)

D. Manuel II, último rei de Portugal, faleceu inesperadamente na sua residência, em 2 de Julho de 1932, sufocado por um edema de glote.

O Governo Português, chefiado por Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando funerais de estado. Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de Agosto, sendo sepultados no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
D. Manuel tinha fixado residência em Fulwell Park, Twickenham, nos arredores de Londres, após a Proclamação da República, em Lisboa, no dia 5 de Outubro de 1910.

(texto de “Manuel II de Portugal" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

terça-feira, 1 de julho de 2008

No dia 1 de Julho de ...

1147


(Rendição dos Mouros)

O cerco de Lisboa, teve início a 1 de Julho de 1147 e durou até 25 de Outubro.

Episódio integrante do processo de Reconquista cristã da península Ibérica, culminou com a conquista desta importante cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185) com o auxílio dos Cruzados em trânsito para o Médio Oriente.

(texto de “Cerco de Lisboa (1147)" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

1772

É executada, em Portugal, Luísa de Jesus, a última mulher condenada à pena de morte.

Foi executada, em Coimbra, aos 22 anos de idade por ter assassinado 33 expostos, ou seja bebés abandonados, que ela ia buscar à "roda" de Coimbra, umas vezes usando o seu nome verdadeiro outras vezes usando um nome falso, apenas com o intuito de se apoderar do enxoval da criança e embolsar os 600 réis que eram dados cada vez que se ia buscar uma criança.

(texto de “Luísa de Jesus" Wikipédia)

Nuno Álvares Pereira

Militar (século XIV)
Condestável português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º conde de Arraiolos, 7.º conde de Barcelos e 3.º conde de Ourém. É um dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal.
Casou com Leonor de Alvim em, em 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.
Quando o rei D. Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa Beatriz casada com o rei João I de Castela, Nuno Álvares Pereira foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de D. João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos.
Depois da primeira vitória de Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, o Mestre de Avis nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.
A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. O Rei de Castela invade Portugal com vista a proteger os interesses de sua mulher Beatriz. Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.
A 14 de Agosto, Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6,000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30,000 tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de João de Castela, dedicou-se a realizar raides contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.
Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve apenas uma filha, Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de D. Afonso, o primeiro Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar três séculos mais tarde.
Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que fundara como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos.
Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.
O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."
Há uma história apócrifa, em que Dom João de Castela teria ido ao Convento do Carmo encontrar-se com Nun'Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. O irmão Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário.
Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV. O seu dia festivo é 6 de Novembro. O processo de canonização encontra-se aberto e activo desde 1940.

(texto de “Nuno Álvares Pereira"/Wikipédia)