"Para que a memória não esqueça os que fizeram grande este pequeno Portugal"

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Nuno da Cunha

Fidalgo (século XVI).
Governador da Índia entre 1529 e 1538. Filho de Tristão da Cunha, em 1506 acompanhou o seu pai numa viagem à Índia, de onde regressou em 1508, sendo então escolhido para ocupar o cargo de vedor da Fazenda Real. Nomeado governador da Índia em 1527, partiu na Primavera do ano seguinte, mas, obrigado a interromper a viagem, desembarcou na costa africana, onde conquistou Mombaça, acabando por só chegar ao seu destino em 1529. Durante a sua governação sustentou guerras contra Calecute, Cambaia e Bijapor, mas de todas elas saiu vitorioso. Para melhor se defender, ergueu uma fortaleza em Chalé, em 1531, ano em que tentou cumprir a principal missão de que fora incumbido pelo rei: conquistar Diu. Porém, apesar de comandar uma poderosa armada, deparou com a praça demasiado bem defendida para ser tomada por mar, sendo obrigado a desistir sem apoderar da ilha. No entanto, em 1534, recebeu de Badur, sultão de Cambaia, as terras de Baçaim, ali construindo uma fortaleza e, no ano seguinte, depois de Badur ser expulso dos seus domínios pelos mongóis e pedir ajuda aos portugueses, obteve em troca do auxílio a desejada ilha de Diu. Porém, vendo-se livre da ameaça mongol, o sultão tratou de reaver a ilha, matando o governador, ao mesmo tempo que chamava em auxílio uma frota turca. Ao tomar conhecimento da traição, mandou prender Badur, que acabou por ser morto numa refrega. Regressado a Goa, preparava-se para ir em socorro da fortaleza de Diu, que os turcos já haviam sitiado, quando chegou uma armada do reino com o seu substituto, D. Nuno Garcia de Noronha. Vendo-se obrigado a desistir da honra de chefiar a luta contra os turcos e sabendo que havia sido vítima de calúnias, desgostoso, seguiu para o continente, em 1539, mas morreria durante a viagem.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

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