"Para que a memória não esqueça os que fizeram grande este pequeno Portugal"

segunda-feira, 30 de junho de 2008

No dia 30 de Junho de ...

1911



Apresentação da nova bandeira nacional.

Logo após a Revolução Republicana, em 5 de Outubro de 1910, a Bandeira da Monarquia Constitucional foi abolida, e o Estado promoveu um concurso de bandeiras para representar o novo governo.
Houve então um grande debate para decidir sobre a manutenção do azul e branco da monarquia ou pela adopção do verde e vermelho do Partido Republicano Português. Embora muitas das propostas para bandeiras se centrassem no azul e branco (como, entre outras, a do poeta Guerra Junqueiro), o vencedor final foi uma bandeira vermelha e verde, cores associadas ao PRP desde a fracassada revolta de 31 de Janeiro de 1891.
Os autores do actual desenho do símbolo pátrio por excelência são Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho. Para a escolha da nova bandeira o Governo não esperou pela opinião da assembleia constituinte nem procedeu à realização de um plebiscito, como foi reclamado pelos opositores das novas cores da bandeira.
Anunciada oficialmente em 30 de Junho de 1911, era baseada na bandeira que Machado Santos, o "herói" da Rotunda usou, bem como a hasteada pelo navio rebelde Adamastor, durante a Revolução Republicana. O governo ordenou desde logo à Cordoaria Nacional que fossem confeccionadas em larga escala, para que fossem hasteadas por todo o país nas repartições oficiais no 1.º de Dezembro seguinte, feriado que se tornou na altura o Dia da Bandeira.
Mesmo com duas revoluções que conduziram a outras tantas mudanças de regime, os sucessivos governos republicanos nunca alteraram o desenho da bandeira.
Para saber mais:

(texto de “Bandeira de Portugal" Wikipédia)
(imagem Portal do Governo)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

No dia 26 de Junho de ...

1282


(Rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel)

Casamento de D. Dinis e D. Isabel.
D. Dinis foi o sexto rei de Portugal tendo sido aclamado em 1279 e Isabel era filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança da Sicília.
Este casamento ocorreu por procuração com o monarca em Barcelona, no 11 de Fevereiro de 1288. A boda, contudo, só foi celebrada ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, a 26 de Junho.

(texto de “Dinis de Portugal"/Wikipédia)
(imagem Wikipédia / Wikipédia)

terça-feira, 24 de junho de 2008

No dia 24 de Junho de ...

1128

A Batalha de São Mamede travou-se no dia 24 de Junho de 1128, entre D. Afonso Henriques e as tropas de sua mãe, D. Teresa e do conde galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense. As duas facções confrontaram-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.


(texto de “Batalha de São Mamede"/Wikipédia)

1360


(Nuno Álvares Pereira)

Nascimento de Nuno Ricardo Pereira, também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun'Álvares.

(imagem Wikipédia)

Geral Sem Pavor

Cavaleiro (século XII).
Geraldo, personagem lendário na História de Portugal à época das lutas da Reconquista, ficou conhecido, já desde o século XII, pelo nome de Geraldo Sem Pavor.
Personagem representativo do período de formação das fronteiras de Portugal, acredita-se que fosse um nobre de trato difícil, pelo que muito cedo abandonou o norte de Portugal para tentar a sorte no sul do país, nas lutas contra os Mouros. Nessa qualidade, liderou como um caudilho um bando de salteadores e aventureiros.
Aquando da conquista da região do Alentejo por D. Afonso Henriques e também da Extremadura espanhola, Geraldo Sem Pavor ofereceu-se como voluntário para tomar a cidade de Évora, bem como outras localidades vizinhas. Utilizando como base de operações o castro hoje conhecido como Castelo do Geraldo em Valverde e do qual existem algumas ruínas, introduziu-se nos muros da cidade, executando o governador mouro e entregando a praça ao soberano.
De personalidade imprevisível, foi um dos principais entusiastas da tomada de Badajoz, campanha que, em 1169, viria a se revelar um desastre para as forças de D. Afonso Henriques em geral, e para as do próprio Geraldo em particular, que acabou por perder todas as suas terras excepto as do Castelo de Juromenha.
Afirma a tradição que o espírito aventureiro deste nobre o levou a Ceuta, no norte de África, em missão de espionagem a serviço secreto de D. Afonso Henriques, que lhe havia recomendado a tomada daquela praça. Quando a verdadeira finalidade da operação foi descoberta, Geraldo morreu à mãos dos almóadas.
Figura central na iconografia da cidade de Évora, encontra-se representado em posição central no brasão de armas da municipalidade, montado a cavalo e empunhando a espada em riste.

(texto de “Geraldo Sem Pavor"/Wikipédia)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

No dia 23 de Junho de ...

1828


(D. Miguel I, Rei de Portugal)

D. Miguel proclama-se Rei de Portugal.

No dia em que se auto proclamou Rei, anulou a Constituição que havia sido emitida por D. Pedro IV.
A não aceitação da decisão das Cortes Gerais pelo seu irmão D. Pedro e pelos liberais desencadeou a Guerra Civil Portuguesa ou Guerras Liberais (1831-1834) entre os partidários de D. Miguel (de tendência absolutista) e os constitucionalistas que apoiavam D. Maria II e seu pai D. Pedro IV.
Foi reconhecido pelo Vaticano, Espanha e Estados Unidos da América, ficando as restantes potências na expectativa, aceitando porém tratar com o seu governo enquanto entidade que "de facto" exercia o poder político sobre a quase totalidade do território nacional.


(texto de “D. Miguel I de Portugal" Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Manuel Pezagno

Navegador (século XIV).
Micer Manuel Pessanha (em italiano Pezagno, nome que depois aportuguesou em Pessanha) foi um genovês que entrou ao serviço de Portugal, no tempo do rei D. Dinis, tendo este encarregado-o de reorganizar a ainda incipiente armada portuguesa (devendo para isso trazer vinte homens de Génova para que exercessem o cargo de alcaides dos navios) e conferido-lhe em troca (por carta de 1 de Fevereiro de 1317) o título de Almirante de Portugal, sucedendo a Nuno Fernandes Cogominho, nomeado em 1307 para esse cargo então criado pelo soberano. Este título viria a tornar-se hereditário na sua família até à crise de 1383-85, passando depois, por via feminina, para a Casa de Vila Real, chefiada por D. Pedro de Menezes. Recebeu ainda uma tença anual de 3000 libras, repartidas por três prestações de igual valor a vencerem nos meses de Janeiro, Maio e Setembro, e oriundas das rendas do reguengo de Sacavém (que incluía também os de Unhos, Frielas, Camarate e, mais tarde, a partir de 24 de Setembro de 1319, do de Algés e ainda da vila de Odemira). Este contrato viria a ser sucessivamente confirmado na sua pessoa por cartas de mercê de 10 e 23 de Fevereiro de 1317, 14 de Abril de 1321 e 21 de Abril de 1327.

Participou nas batalhas navais que opuseram Castela a Portugal no tempo de Afonso IV de Portugal e Afonso IX de Castela, tendo sido feito prisioneiro dos castelhanos em 1337, após a derrota na Batalha do Cabo de São Vicente, e libertado em 1339. Comandou a Armada Portuguesa que auxiliou Castela na Batalha do Salado (30 de Outubro de 1340), combatendo ao largo de Cádiz, enquanto as embarcações dos mouros bloqueavam Tarifa. Em 1341, participou num ataque a Ceuta, considerada um ninho de piratas marroquinos que depredavam regularmente as costas do reino do Algarve. A sua atitude neste confronto levou a que o Papa Bento XII o mencionasse elogiosamente numa bula de cruzada que expediu para o rei português.
Do seu primeiro casamento, com Genebra Pereira, nasceu Bartolomeu Pessanha, que lhe sucedeu à frente do almirantado, e do segundo casamento, com Leonor Afonso, Lançarote Pessanha, também Almirante de Portugal, que viria a ser assassinado no Castelo de Beja durante a crise de 1383-85.

(texto de “Manuel Pessanha"/Wikipédia)

Fuas Roupinho

Cavaleiro (século XII).
O nome deste nobre está ligado ao processo de Reconquista Cristã da península Ibérica, no século XII, sob o comando de D. Afonso Henriques. Em reconhecimento pelos serviços prestados, o soberano nomeou-o como alcaide-mor de Porto de Mós.
O seu nome também se destaca por ser o primeiro comandante naval português conhecido, estando na origem da primeira vitória da Marinha Portuguesa, ao largo do cabo Espichel, contra uma esquadra Muçulmana.

(texto de “Fuas Roupinho"/Wikipédia)

domingo, 22 de junho de 2008

Arquipélago dos Açores


(Carta dos Açores de Luís Teixeira (c. 1584)

O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos.
Entre as várias teorias sobre este facto, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheceriam aquelas ilhas aquando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efectuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal facto. A apoiar esta versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos.

O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o (re)descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de Julho de 1439 e dirigida ao seu irmão D. Pedro, é a primeira referência segura sobre a exploração do arquipélago.
Nesta altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive.
Entretanto, D. Henrique, com o apoio da sua irmã D. Isabel, povoou a ilha de Santa Maria.
Os portugueses começaram a povoar as ilhas por volta 1432, oriundos principalmente do Algarve e do Alentejo, tendo se registrado, em seguida, o ingresso de flamengos, bretões e outros europeus e norte-africanos.
Tal como no arquipélago da Madeira, a administração das ilhas açorianas foi feita através do sistema de capitanias, à frente das quais estava um capitão do donatário. As primeiras capitanias constituíram-se nas ilhas de São Miguel e de Santa Maria.
Em 1450, na sequência da progressão ocidental do descobrimento das ilhas, foi criada uma outra capitania na ilha Terceira: a administração desta ilha foi atribuída também a um flamengo, de seu nome Jácome de Bruges. As restantes ilhas também se encontravam sob administração de capitanias.
A administração e assistência espiritual das ilhas ficou subordinada à Ordem de Cristo, que detinha também o senhorio temporal das ilhas, mas a presença de outras ordens religiosas não deixou de se fazer notar no processo de povoamento desde o início, como no caso dos Franciscanos em Santa Maria e Terceira desde a década de 40 do século XV.


(texto de “Açores"/Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Arquipélago da Madeira


(Mapa antigo da Madeira)

As ilhas do arquipélago da Madeira já seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, a crer em referências presentes em obras, bem como na representação destas em cartas geográficas. Entre as obras que se referem à Madeira salientam-se passagens do "Libro del Conocimiento" (1348-1349), obra de um frade mendicante espanhol na qual as ilhas são referidas pelo nome de Leiname, Diserta e Puerto Santo.
Um ano após a descoberta de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, os dois navegadores em conjunto com Bartolomeu Perestrelo, chegam à ilha da Madeira em 1419. Tendo sido notadas as potencialidades das ilhas, bem como a importância estratégica destas, iniciou-se por volta de 1425 a colonização, que terá sido uma iniciativa de D. João I ou do Infante D. Henrique. A partir de 1440 estabelece-se o regime das capitanias com a investidura de Tristão Vaz Teixeira como Capitão-Donatário da Capitania de Machico; seis anos mais tarde Bartolomeu Perestrelo torna-se Capitão-Donatário do Porto Santo e em 1450 Zarco é investido Capitão-Donatário da Capitania do Funchal.
Durante o século XV a Ilha da Madeira desempenhou, um importante papel nos Descobrimentos portugueses. Tornou-se também famosa pelas rotas comerciais que ligavam o porto do Funchal a toda a Europa. E foi no arquipélago da Madeira que o mercador Cristovão Colombo aprofundou os conhecimentos da arte de navegar e planeou a sua célebre viagem para a América.

(texto de “Região Autónoma da Madeira"/Wikipédia)
(imagem Wikipédia)

Diogo Cão

(Chegada de Diogo Cão ao Congo)

Navegador (século XV).
Foi por duas vezes enviado em missões de descobrimentos. Certamente já com o fito de atingir o extremo sul de África, explorou a costa desde o cabo Catarina (cerca de 2º de latitude S) até à Serra Parda (22º 10′ de latitude S) em duas viagens. Na primeira, partindo de Lisboa na Primavera de 1482, percorreu demoradamente a costa, vindo a descobrir a foz do rio Zaire. Daí, enviou, em missão de reconhecimento do interior um grupo expedicionário que estabeleceu as primeiras relações com o rei do Congo. No regresso descobriu ainda a ilha do Ano Bom. Testemunham esta viagem as inscrições gravadas em pedra, nas cataratas de Ielala, a cerca de 150 quilómetros da foz do Zaire, supostamente o limite então atingido. Na segunda expedição (1485-1486), Diogo atingiu o cabo Gross, 600 km a sul do limite sul de Angola. Regressado ao Tejo, em 1486, tinha já a noção de não ter atingido a ponta meridional africana na sua primeira viagem, como anunciara a D. João II. Esse erro valeu-lhe o desfavor do monarca, o que possivelmente explica o facto de após a sua segunda viagem o seu nome não constar em nenhuma documentação relativa às actividades de navegação. Para assinalar as suas viagens, deixou padrões de pedra (dois em cada viagem), em lugares por ele considerados significativos das suas explorações, prática por ele inaugurada. Igualmente importantes para a reconstituição das suas expedições são as cartas de Soligo (c. 1486) e de Martellus (1489), assim como os escritos de Martim Behaim (1492).


(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(imagem Wikipédia)

João de Santarém

Navegador (século XV).
É-lhe atribuída a descoberta da região da Mina, durante uma viagem que terá feito com Pêro Escobar, ao serviço de Fernão Gomes, arrendatário do comércio da Guiné. Supõe-se que na altura os dois pilotos tenham atingido o rio Lago, não indo além da região da Mina. Com base numa carta anónima da época, foi colocada a hipótese de no ano seguinte os navegadores terem feito uma nova expedição, alcançando as ilhas de São Tomé e Príncipe e de Ano Bom. Foram porém colocadas várias objecções a esta teoria e de certo apenas se sabe que João Santarém andou realmente pelas águas do golfo da Guiné.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Diogo de Sá

Cientista (século XVI).
Militar, combateu na Índia durante mais de uma década, destacando-se em Chaul (1528), Baçaim (1529) e Adém (1530). Para além dos feitos militares, dedicou-se a ciências várias, tendo sido um notável estudioso de Matemática, Teologia e Direito, bem como da arte da navegação. Escreveu o "Tratado dos Eclesiásticos e Seculares", mas foi com "De navigationi libri tres", que se distinguiu. Na obra, publicada em Paris, em 1549, Diogo de Sá analisa dois estudos do matemático e cosmógrafo-mor Pedro Nunes, demonstrando alguma incompreensão sobre as teorias daquele autor.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

D. Duarte


(D. Duarte, Rei de Portugal)

Rei (1391 - 1438).
D. Duarte, 'O Eloquente', filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, foi o 11º Rei de Portugal, de 1433 a 1438 (enquanto segundo filho varão, viria a herdar o trono por morte do primogénito, infante D. Afonso, ocorrida cerca de 1400).
Armado cavaleiro em Agosto de 1415, com 24 anos, no campo de batalha da tomada de Ceuta, colaboraria com o rei seu pai durante cerca de duas décadas, desde 1411.
Defensor das letras, mandando traduzir diversos livros, organizando uma biblioteca, integrando obras adquiridas por intermédio das feitorias portuguesas no Norte da Europa, tendo ainda encarregado Fernão Lopes de escrever as "Crónicas sobre os anteriores Reis de Portugal", em particular a de D. João I.
Destacou-se também como autor, nomeadamente das obras “Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela” (primeiro manual de equitação a ser publicado na Europa) e “Leal Conselheiro” (tratando as regras de ética, num tratado de sabedoria), que dedicaria à rainha D. Leonor de Aragão, com quem casara em 1428 (enlace de que frutificariam 9 filhos).
O seu curto reinado, de apenas cerca de cinco “tristonhos” anos – como que fazendo a transição entre dois reinados de mais de 40 anos, o de D. João I e o de D. Afonso V) –, foi marcado pela diplomacia, visando assegurar a preservação da independência do Reino, ao mesmo tempo que buscava a conquista de praças no Norte de África (nomeadamente após Gil Eanes ter dobrado o Cabo Bojador em 1434) e a expansão marítima Atlântica.
Com as Cortes de Santarém (realizadas em 1434), promoveu a reforma da administração pública e a compilação da legislação do Reino, tendo mandado coligir e rever as Ordenações, obra que só viria a ser concluída no reinado seguinte, do seu filho, D. Afonso V (que ficariam conhecidas como "Ordenações Afonsinas").
Viria a ser tragicamente assinalado pelo desastre de Tânger, em 1437, com o seu irmão, Infante D. Fernando, a ser feito refém, vindo a morrer no cativeiro.
Na sequência das Cortes de Leiria de 1438, D. Duarte ver-se-ia compelido a sacrificar o irmão, para não devolver a praça de Ceuta, em cuja expedição de conquista participara – acompanhando o Rei, seu pai (D. João I) e os irmãos (D. Pedro e D. Henrique).
Acabaria por ser vítima da peste bubónica, ainda no ano de 1438, com 47 anos de idade, tendo entretanto deixado exarado em testamento a ordenação da libertação do irmão, em troca da entrega de Ceuta, assim como a designação da rainha D. Leonor como regente, dado que o filho, futuro D. Afonso V, contava apenas 6 anos à data do seu falecimento.
Deixaria um reino dividido entre os partidários da regente e do seu irmão D. Pedro. Repousa no Mosteiro da Batalha, nas Capelas Imperfeitas, junto à esposa.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(imagem Wikipédia)

Fernão Lopes

Cronista (1380-1390? – 1460?).
Provavelmente oriundo de uma família humilde, poucos registos existem da sua vida pessoal, ignorando-se mesmo a data em que nasceu. Presenciou três reinados, tendo sido secretário de D. João I, de D. Duarte e do infante D. Fernando. Notário de profissão, em 1418 foi nomeado “guardador das escrituras da Torre do Tombo” (em substituição de Gonçalo Gonçalves), cargo que acumulou com o de escrivão dos livros de D. João I. Rapidamente foi ganhando prestígio, o que lhe valeu novos cargos. Em 1422, era escrivão da puridade do infante D. Fernando, cargo que manteve até à morte do infante, em 1433, tendo sido o responsável pela redacção do seu testamento. Foi também nomeado tabelião-geral, o que o habilitava a exercer essa actividade em qualquer ponto do reino, e de 1431 a 1451 exerceu funções de cronista. Ao serviço de D. Duarte, foi encarregado de redigir a crónica geral do reino, de escrever sobre todos os monarcas até D. Fernando e também sobre D. João I. Por volta de 1452, abandonou as funções de guarda-mor da Torre do Tombo, cargo que posteriormente passaria a ser exercido por Zurara. Da sua vasta produção resta a "Crónica de D. Pedro I", a "Crónica de D. Fernando" e a "Crónica de D. João I", que não concluiu. As cópias mais antigas do livro referente a D. João I são dois manuscritos do século XVII, que devem ser cópias do original. A grande fonte de informação sobre os acontecimentos que levaram à criação da Dinastia de Aviz, assenta, precisamente, nos seus escritos. Considerado o maior cronista português de sempre e o primeiro historiador nacional, Fernão Lopes inovou e, devido ao seu talento, é também apresentado, por muitos, como a maior personalidade da literatura medieval portuguesa. Nos seus relatos, revelou uma atitude crítica em relação à história. Ultrapassou a concepção medievalista da história ao basear o relato histórico nas fontes, testemunhos ou documentos, ao dar várias versões do mesmo acontecimento, documentando a sua interpretação, e ao analisar os factos históricos, indo às raízes, estabelecendo relações entre elas e vinculando o desenrolar da história política à história económica. São apurados o seu sentido da justiça e isenção. Notável é, igualmente, o poder de análise, caracterização e dramatismo das suas personagens e acontecimentos, animados de dinamismo envolvente que transforma o leitor em testemunha presencial. O povo é transportado pelo cronista para a faceta de personagem, o que denota a proximidade e o envolvimento do autor com a classe. Residiu em Lisboa, nas imediações da igreja de S. Miguel em Alfama e também detinha uma propriedade na Aldeia Galega (actual Montijo), que adquiriu em 1439.

Obras:
  • Crónica de el-rei D. Pedro
Disponível para download no Projecto Gutenberg
Disponível para download na Biblioteca Nacional de Lisboa
  • Crónica de el-rei D. Fernando
Disponível para download na Biblioteca Nacional de Lisboa
  • Crónica de el-rei D. João I, 1.ª e 2.ª partes
Disponível para download na Biblioteca Nacional de Lisboa

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Dinis Eanes da Grã

Navegador (século XV).
Escudeiro do infante D. Pedro. Em 1445 capitaneou uma das caravelas que alcançaram as ilhas de Arguim, traficando e capturando escravos. Pelos seus feitos, os seus companheiros consideraram-no digno de ser armado cavaleiro, honra que lhe conferiu Álvaro de Freitas.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Pedro Eanes

Navegador (séculos XV e XVI).
Piloto de carreira da Índia, em 1520 chegou a Calaiate, no comando de uma nau. Participou na expedição de Cristóvão de Mendonça que, saindo do Sul de Samatra, em 1522, partiu à descoberta das “ilhas do ouro”, para os lados da Austrália.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Gonçalo Eanes

Navegador (século XVI).
D. João II encarregou-o de uma viagem de exploração ao interior da África, aproveitando as rotas comerciais do Sara e do Sudão. Acompanhado por Pêro de Évora partiu em 1487, tendo chegado a Tekrur e a Tombuctu.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Afonso Gonçalves Baldaia

Navegador (século XV).
Natural do Porto, foi copeiro do infante D. Henrique e, por sua ordem, comandou um barinel, acompanhando Gil Eanes na expedição que atingiu a Angra dos Ruivos, em 1435. No ano seguinte, chefiou uma expedição que chegou ao rio do Ouro. Em 1437, D. Duarte nomeou-o cavaleiro da casa do infante D. Henrique e almoxarife do Porto. O seu nome voltou a constar na história aproximadamente em 1450, estando entre os povoadores do grupo inicial das Lajes, na ilha Terceira. Ao que tudo indica, nessa altura já tinha sido casado por duas vezes e era pai de vários filhos.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Bartolomeu Perestrelo

Colonizador (século XV).
Escudeiro do infante D. João, partiu com Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira numa viagem rumo à ilha de Porto Santo, no ano de 1419. Por lá se fixou como donatário, por decisão do infante D. Henrique, tendo-lhe sido feita uma doação hereditária na linha masculina directa. Promoveu o desenvolvimento da ilha que, em 1456, já vivia uma relativa prosperidade. Casou com Isabel Moniz, de quem teve um filho com o seu nome e uma filha, que viria a casar com Cristóvão Colombo.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)

Tristão Vaz Teixeira

Navegador (século XIV).
Nos primeiros documentos referências à sua pessoa, surge apenas como Tristão Vaz. O apelido Teixeira obtê-lo-ia através da sua mulher.
Como escudeiro do Infante D. Henrique acompanhou-o a Ceuta e Tânger.
Descobriu a ilha de Porto Santo, na companhia de João Gonçalves Zarco, tendo sido encarregue de colonizar.
Seguiu-se a colonização da ilha da Madeira em 1425, onde ficou responsável pela capitania do Machico com carta de doação de 11 de Maio de 1440.
Organizou várias expedições à África, com caravelas suas.
Por abuso de autoridade, esteve desterrado do Machico, aonde voltou perdoado, em 1452.
Casou com Branca Teixeira e deixou numerosa descendência. Faleceu em Silves já com idade avançada.

sábado, 21 de junho de 2008

João Gonçalves Zarco


(Monumento a João Gonçalves Zarco no Funchal)

Navegador (século XIV).
Participa, em 1415, na conquista de Ceuta. Nomeado, pelo Infante D. Henrique, como comandante de uma embarcação cuja missão era patrulhar a costa sul de Portugal, para impedir os ataques dos piratas mouros, cedo se tornou mestre na arte de marear.
Em 1418, na companhia de Tristão Vaz Teixeira, descobre a ilha de Porto Santo e, no ano seguinte (1419), acompanhados por Bartolomeu Perestrelo, descobrem a ilha da Madeira, iniciando a sua colonização em 1425. Como fidalgo da Casa do Infante, participa, em 1437, no cerco de Tânger, onde é armado cavaleiro. Depois disso, dedica-se, a construir embarcações na ilha da Madeira para serem utilizadas nas expedições para além do Cabo Bojador.
Em 1450, é nomeado Capitão-Donatário da Capitania do Funchal.
Casado com Constança Rodrigues, teve sete descendentes.

(imagem de portuguese eyes)

Gil Eanes


(Estátua de Gil Eanes em Lagos)

Navegador (século XV).
Oriundo de Lagos, foi escudeiro do infante D. Henrique, que o fez cavaleiro. Foi o primeiro a ultrapassar o cabo Bojador (1434). Natural do Algarve (ao que tudo indica da própria cidade de Lagos), é o primeiro grande navegador português da gesta dos Descobrimentos. É o próprio Gomes Eanes de Zurara que o diz natural de Lagos no título do Capítulo IX da "Crónica dos Feitos da Guiné". Segundo o cronista, Gil Eanes, natural de Lagos, escudeiro da Casa do Infante, recebeu, em 1433, a capitania de uma barca com o intuito de dobrar o Bojador. Nesta primeira tentativa, como sucedeu com as de tantos outros navegadores que o precederam, não logrou atingir o seu objectivo. Gil Eanes apenas alcançou as Canárias, onde fez alguns cativos, com os quais regressou ao reino. Segundo Zurara, estas acções de pilhagem, aliadas às lendas que circulavam sobre a passagem do cabo, levavam a que depressa se desistisse de uma acção encarada quase como impossível. Contudo, no ano imediato, o cabo é efectivamente dobrado por Gil Eanes, ultrapassando-se o obstáculo que impedia o início da descoberta da costa ocidental africana. D. Henrique recebeu-o com alvoroço e júbilo, armando-o cavaleiro e dando-lhe outras recompensas. Enviado em seguida, juntamente com Afonso Gonçalves Baldaia, em nova expedição, Gil Eanes explorou, a partir do Bojador, cerca de 50 léguas de costa. Participaria ainda em outras viagens, como a organizada por Lançarote ás ilhas de Tide e Naar, em 1444, e outra dirigida à Guiné. Em 1446 terá atingido o actual território da Gâmbia.

(texto de “História de Portugal – Dicionário de Personalidades”)
(imagem de Glen Bowman)

** Uma data minha **

Na minha família nunca houve (que eu saiba), até ao momento, nenhuma celebridade que tenha enriquecido as páginas da nossa História.
Contudo, à uns anos atrás (uma mão cheia) houve alguém que enriqueceu as páginas da minha História pessoal ... o meu filho. Faz hoje anos.
MUITOS PARABÉNS MIÚDO!

** Casa nova **

Este blogue foi criado ontem, dia 20 de Junho ... em outro lugar.
Depois de uma noite de sono a correr, hoje, por volta da hora de almoço, decidi mudar para esta nova casa.
Ainda cheira a tinta fresca.

** Introdução **

Nos dias que correm, já nada era como antigamente!
Os acessórios da vida prevalecem sobre o essencial da mesma ... os títulos profissionais sobrepõem-se e camuflam as lacunas na personalidade do comum mortal ... os valores e regras saudáveis da vida em sociedade são esquecidos e violentados ... a nossa identidade cultural e histórica é colocada para segundo plano em detrimento de uma história (?) comum europeia.
Ao longo destas linhas vamos recordar momentos que são nossos por direito próprio. Momentos que jamais poderão ser apagados, embora algumas mentes brilhantes os tentem afastar dos manuais escolares e afins. Momentos que fizeram grande este pequeno Portugal!
Neste país, dá-se bastante importância ao futebol, à política mesquinha do destrói/constrói, às conversas do diz que disse, aos reality shows ... mas alguém sabe quem foi Geraldo Sem Pavor ou Francisco Zeimoto? Alguém saberá em que ano Gil Eanes passou o Cabo Bojador ou Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança?

P.S. - Não sou Historiador, muito menos docente de História de Portugal, sou um cidadão comum que tem orgulho do Portugal onde nasceu!